O deputado federal José Ricardo (PT-AM) pediu explicações ao Governo do Estado, Prefeitura de Manaus. Bem como dos cartórios sobre os números reais de vítimas fatais do coronavírus (covid-19).
De acordo com o petista, há diferença entre os dados oficiais e o levantamento de sua assessoria no portal de transparência dos cartórios.
Pelas informações dos cartórios, há neste ano um crescimento de 158,4% (796 mortes) entre março e abril. Nesse sentido em comparação com igual período de 2019 (308).
Conforme o deputado, a Secretaria de Saúde (Susam) registra 234 óbitos em todo o estado nesse período. Como resultado, uma diferença de 562 (70%) mortos em relação aos números dos cartórios.
José Ricardo, portanto, identifica aí um alto índice de subnotificações nas mortes por coronavírus no Amazonas.
Dessa maneira, órgãos do governo (Susam e FVS) e da prefeitura (Secretaria de Limpeza Pública, a Semulsp), esta responsável pelos cemitérios da cidade, foram acionadas em ofícios do deputado.
“Não estamos procurando culpados, mas é necessário transparência nas informações para adequar as ações a serem tomadas. A hipótese de subnotificação de mortes tem grande probabilidade de ser confirmada”.
De acordo com ele, essa suspeita agravou-se ainda com sepultamentos em valas comuns em Manaus.
“Esse é o mesmo sistema adotado em outras cidades e países quando a demanda dos cemitérios ultrapassa a capacidade de cada local”.
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O que di zem os cartórios
A partir da análise dos dados de registro de óbitos dos cartórios, José Ricardo comparou os anos de 2019 e 2020, em períodos iguais de março e abril.
De conformidade com as informações que colheu, neste ano há registro de 322 óbitos por insuficiência respiratória e 474 de pneumonia. Para essas duas causas, há um aumento de 239% e 122,5%, respectivamente, sobre 2019.
À luz dos dados dos cartórios de registro civil nesse período, o deputado aponta que há diferença de 714 óbitos. São, segundo ele, 1.498 em 2019 e 2.212 em 2020.
Foto: BNC Amazonas