Três generais do núcleo duro do governo de Jair Bolsonaro vão depor na Procuradoria-Geral da República (PGR). Autorização já foi pedida ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo procurador-geral Augusto Aras.
De acordo com a PGR, os generais-ministros Augusto Heleno, Braga Netto e Luiz Ramos foram citados pelo ex-ministro Sérgio Moro. Durante o longo depoimento à Polícia Federal neste sábado (2), o trio foi citado como sabedores da interferência de Bolsonaro na instituição.
Essa oitiva deve acontecer em até cinco dias úteis.
Ramos (Secretaria de Governo), Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Braga Netto (Casa Civil) devem esclarecer fatos relatados por Moro.
De acordo com o ex-ministro, Bolsonaro queria trocar o diretor-geral da PF e superintendentes regionais para ter acesso a informações sobre investigações.
Além dos generais, o ex-diretor demitido Maurício Valeixo e os delegados Ricardo Saadi, Carlos Henrique de Oliveira, Alexandre Saraiva, Rodrigo Teixeira e Alexandre Ramagem devem ser chamados pela PGR.
Nessas investigações, Aras também estaria interessado em vídeo de reunião ministerial de 22 de abril. Conforme Moro, nessa data Bolsonaro ameaçou lhe demitir Moro por causa da troca do comando da Polícia Federal.
Leia mais
Falsidade na assinatura
A PGR pediu comprovante da Presidência da República da assinatura de Moro no ato de exoneração de Valeixo. O ex-ministro disse que não assinou, mas seu nome aparece no ato publicado no diário oficial.
Desse modo, Bolsonaro pode ter cometido falsidade ideológica.
Além disso, Aras cobra documento em que Valeixo teria pedido para deixar o cargo, conforme disse Bolsonaro.
Leia mais no portal do Metrópoles .
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil