Plano do Amazonas na retomada das atividades será em quatro fases
Pelo planejamento divulgado pelo governador Wilson Lima, a volta das atividades não essenciais é atrelada à queda de contaminação do coronavírus

Aguinaldo Rodrigues
Publicado em: 27/05/2020 às 23:52 | Atualizado em: 28/05/2020 às 11:57
A retomada das atividades não essenciais no Amazonas vai ser de forma gradual, em quatro ciclos. Isso é o que está detalhado em plano divulgado hoje (27) pelo Governo do Estado.
Conforme o plano apresentado pelo governador Wilson Lima (PSC), a liberação começa no dia 1º de junho. Para isso, regras próprias por setor foram estabelecidas. Por exemplo, distanciamento e higiene pessoal e de ambientes.
De acordo com planejado, o avanço para o ciclo seguinte dependerá da curva de casos do coronavírus (covid-19). Além de estabelecer protocolos, pessoas de grupos de risco devem ter medidas de isolamento asseguradas.
Assim sendo, são consideradas de grupo de risco, portanto, pessoas idosas e portadoras de comorbidades. Entre estas, hipertensão, doenças cardíacas e pulmonares, câncer e diabetes.
Conforme o governo, definições foram feitas à luz do mapeamento e análise de indicadores da evolução e impacto do coronavírus. Por exemplo, disponibilidade de leitos e taxas de transmissão e óbitos.
Para o governador, o Amazonas já viveu o pico da crise provocada pelo vírus. Portanto, a partir de agora um comitê de representantes da saúde, ciência e economia seguirá avaliando os indicadores com a volta das atividades.
Entre as atribuições desse comitê está o de corrigir o curso de execução do plano, caso observe tendência de recrudescimento da doença. Segundo o governo, todas as etapas do plano terão interlocução com os demais poderes e representantes dos setores econômicos.
Wilson acrescentou ainda que o plano inclui a continuidade dos investimentos na saúde para ampliar a capacidade de testagem da população para o coronavírus.
“Todas as ações que tomamos são responsáveis, equilibradas, levando em consideração uma série de fatores, como diminuição de casos na capital e o aumento da estrutura de atendimento”.
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Melhora da capacidade, queda dos números
De acordo com ele, a quantidade de leitos clínicos e de UTI foram aumentados, levando a um grande número de pacientes recuperados da doença. Para ele, a taxa de recuperação no Amazonas é de 70%, a maior do país e acima da média nacional, de 40%.
“Dos 33 mil casos confirmados de covid no estado, temos em torno de 26 mil recuperados. É um índice muito elevado e resultado das ações do governo”.
Com base nos levantamentos da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), hoje há desaceleração da evolução da epidemia em Manaus, com redução do número de novos casos. Além disso, há queda de 12% no número de óbitos na capital, diz a FVS.
Os sepultamentos em Manaus, que foram 166 em 26 de abril, o maior registrado na crise, teve o índice mais baixo ontem (26). Foram realizados 49 enterros em cemitérios públicos e privados da capital.
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Critérios de reabertura
Vários critérios foram levados em conta para definição dos quatro ciclos da volta das atividades. Entre eles, o número de trabalhadores e clientes/cidadãos em circulação e nível de aglomeração de pessoas.
Igualmente, o plano passou por discussões setoriais, como mobilidade urbana, comércio de rua e de shoppings. Além destes, hotéis, bares, restaurantes, eventos, turismo, agronegócio, educação, construção civil, entre outros.
De acordo com Wilson, a proposta foi apresentada antes a representantes dos demais poderes e órgãos da Justiça. E estes, como Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas, Ministério Público do Trabalho e Câmara Municipal de Manaus, deram aval para o governo implementar o plano.
Outros órgãos apoiaram a iniciativa, mas com ressalvas sobre o impacto da medida no interior do estado e no calendário escolar. Foi o caso da Defensoria Pública do Estado, do Ministério Público Federal, da Ordem dos Advogados do Brasil e do Ministério Público do Amazonas.
Conforme o governo, a Prefeitura de Manaus se comprometeu a atuar em parceria na fiscalização.
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A volta às aulas
O plano estabelece que a rede privada de creches, escolas e faculdades voltem a funcionar em 6 de julho.
Já para a rede pública (municipal, estadual e federal), com 460 mil estudantes em Manaus, ainda não tem data.
Foto: Divulgação/Secom