Justiça do Trabalho manda leiloar escola de arte e curral do Caprichoso

O boi-bumbá Caprichoso está em vias de perder dois importantes e simbólicos patrimônios físicos.

A Justiça do Trabalho mandou leiloar o curral Zeca Xibelão, onde realiza seus ensaios para o Festival Folclórico de Parintins, e a Escola de Artes Irmão Miguel de Pasqualle, onde ensina da música à escultura.

A ordem é do juiz titular da 1ª Vara do Trabalho de Parintins, Izan Alves Moreira Filho.

Fontes da Justiça do Trabalho informaram que os dirigentes receberam na manhã desta terça-feira, dia 9, a intimação sobre a medida.

A dívida é herança deixa pelo ex-presidente do boi, Babá Tupinambá.

Ela foi assumida em 2018, quando o Caprichoso enfrentava dificuldades para celebrar convênios para a disputa folclórica daquele ano.

Na ocasião, o ex-dirigente assumiu uma dívida trabalhista no valor de R$ 2,4 milhões, para quita-la em três anos.

A garantia do acordo foram o curral e a escola de artes.

Mas o débito não foi honrado e saltou para R$ 5,2 milhões.

A decisão ainda cabe recurso, porém esse processo não é o único do bumbá com a justiça trabalhista.

Levantamento feito pelo BNC AMAZONAS revela que a agremiação responde a pelo menos 230 ações do gênero.

O site tentou ouvir o atual presidente do Caprichoso, Jender Lobato, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.

Outros dirigentes do bumbá confirmaram a informação e disseram que a atual diretoria do Caprichoso, em menos de um ano, já pagou mais de R$ 1,5 milhão em acordos trabalhistas e que continuam negociando principalmente com os artistas, que são a maioria dos autores das ações.

Foto: Arquivo/BNC AMAZONAS