Dois dias depois do ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM), Ari Moutinho Júnior, xingar e acusar o governador Wilson Lima (PSC), e este responder com ação judicial, o deputado federal Marcelo Ramos (PL) apareceu nesta quarta-feira, dia 17, com água em direção a esse incêndio.
Embora não tenha citado nomes, Marcelo apelou em discurso na Câmara dos Deputados por moderação, diálogo e pelo resgate da ordem institucional no Amazonas.
“No momento que mais o povo do Amazonas precisa de unidade de ação entre as instituições, nós vivemos uma grave crise institucional que coloca em xeque o necessário diálogo tolerante, colaborativo e respeitoso entre as autoridades”, disse o deputado.
Ofensas
O último e maior conflito ocorreu após audiência pública virtual da ALE-AM (Assembleia Legislativa do Amazonas) sobre a prestação de serviço do gás natural no Amazonas na segunda-feira, dia 15.
Na sessão, o conselheiro do TCE-AM, Ari Moutinho Júnior chamou o governador Wilson Lima (PSC) de “analfabeto”, “imbecil” e “ladrão”.
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Wilson acionará na Justiça Ari Moutinho Jr., que o chamou de “imbecil” e “ladrão”
Em nota oficial, Wilson repudiou com veemência as acusações e afirmou que acionará Moutinho Júnior na Justiça.
“A tensão entre os poderes e instituições faz mal ao Amazonas e aos amazonenses já tão sofridos pelas mortes, pela crise sanitária, econômica e social, decorrentes da pandemia do coronavírus. Esses conflitos fazem nossas autoridades desperdiçarem energia quando precisam ser sinérgicas, ressaltam as divergências quando precisamos construir convergências, paralisam os poderes quando precisamos de ação e de respostas que atenuem o sofrimento da nossa gente”, criticou.
Investigações
A operação do Ministério Público do Estado (MP-AM) que mirou a compra de respiradores da Secretaria de Estado de Saúde (Susam) também foi citada por Marcelo.
“As investigações sobre qualquer suspeita de desvio de conduta ou atos de corrupção devem ser tocadas com liberdade e independência pelos órgãos competentes e dentro dos estreitos limites da lei e da Constituição, com firmeza implacável contra qualquer desvio, mas sem invasão de competência e respeitando o contraditório e a ampla defesa”, destacou.
“Da distância que tenho mantido das disputas locais, quero fazer apelo ao diálogo. Um apelo pra que os chefes do Executivo, Legislativo, Judiciário, Coordenador da Bancada Federal, Ministério Público Estadual e Tribunal de Contas do Estado sentem à mesa e restabeleçam o diálogo como instrumento de harmonia entre os Poderes.
Tenham certeza. É isso que o povo do Amazonas espera de nós”, finalizou.