O deputado federal Marcelo Ramos (PL-AM) voltou a conclamar as autoridades do Amazonas para que façam um pacto de colaboração e abram diálogo para superar a crise política.
A manifestação do parlamentar amazonense ocorreu na tarde desta sexta-feira, dia 10, durante entrevista ao jornalista Neuton Corrêa, do BNC Amazonas.
Marcelo Ramos pediu aos chefes dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário amazonense que busquem um diálogo para somar esforços coletivos em nome da população que está desempregada, dos comerciantes e industriais que fecharam as portas e dos estudantes que deixaram de ir à escola por conta da pandemia de coronavírus.
“É até uma covardia, no meio de uma crise tão profunda como essa, alguém se aproveitar para aprofundar divergências políticas”, disse.
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Na opinião do deputado, enquanto a população inteira e todos os segmentos da sociedade esperam uma resposta para a crise, a Assembleia Legislativa do Amazonas está concentrada, gastando toda sua energia em disputa política.
“Não é hora desse acirramento. Haverá eleições esse ano e quem quiser se candidatar, que o faça no tempo certo, assim como para as eleições de 2022. Agora, é hora de unir forças para ajudar a população” declarou Marcelo Ramos.
Exemplo do Congresso Nacional
O deputado citou exemplo do que está acontecendo em âmbito nacional. Mesmo diante dos mais de 30 pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não levou a pauta ao plenário nem deu andamento do processo, embora tenha divergências pontuais com o presidente da República.
“A decisão do Rodrigo Maia está correta porque, no momento em que estamos chegando a quase 70 mil mortes por covid-19, mais de 1 milhão e meio de desempregados e outras 600 mil microempresas fechadas por causa da pandemia, o Congresso se envolver com um processo de impeachment do presidente da República, seria uma covardia por parte do Parlamento brasileiro”.
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A despeito dos “arroubos” e ameaças antidemocráticas de Bolsonaro, Marcelo lembra que Câmara e o Senado, de forma madura e republicana, têm pautado e votado todas as matérias de interesse do país.
Ele cita a reforma da previdência, o decreto de calamidade pública e as medidas provisórias sanitárias e econômicas para o enfrentamento do coronavírus.
Bolsonaro “paz e amor”
O vice-líder do PL, na Câmara, ressaltou no BNC Amazonas a nova postura do presidente Jair Bolsonaro.
Após flertar com a “quebra do regime democrático” – que ficou só na promessa até agora, segundo Marcelo Ramos – a chegada da pandemia e a crise econômica, além de fatos envolvendo a família e os apoiadores radicais, Bolsonaro recuou na tática de enfrentamento por orientação da ala militar do governo.
Segundo o parlamentar, o presidente foi enquadrado para essa nova realidade tendo até que quebrar a sua decisão de implantar um presidencialismo sem coalizão.
“Essa nova postura, sem o enfrentamento sistemático ao Legislativo e ao Judiciário, e todos se respeitando mutuamente, é bom para o país para sairmos mais depressa dessa crise”, avalia o deputado liberal.
Presidência da Câmara
Ao BNC Amazonas , Marcelo Ramos confirmou que seu nome está sendo cogitado para concorrer à Presidência da Câmara dos Deputados em fevereiro de 2021.
E mesmo diante de nomes fortes como o 1º Vice-Presidente da Casa, deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP) e Arthur Lira (PP-AL), Marcelo vem sendo cotado na lista e pode ter o apoio do próprio presidente Rodrigo Maia, de parte da esquerda e de partidos como PDT e Novo.
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Protagonismo de estreante
A ascensão do estreante deputado do Amazonas, no Parlamento federal, ocorre desde o início do mandato, em fevereiro de 2019. Logo que assumiu, foi escolhido vice-líder do PL e membro titular da poderosa CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).
A grande surpresa foi a escolha de Marcelo para presidir a Comissão Especial da Reforma da Previdência Social, uma indicação de ninguém menos do que presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
Negando que irá participar, como candidato a prefeito de Manaus nas eleições de 2020 – porque tem o ex-senador Alfredo Nascimento como o nome indicado do partido – Marcelo Ramos diz ainda que tem muitas tarefas a executar na Câmara dos Deputados.
Cita os projetos da regularização fundiária, a PEC da prisão em segunda instância – que estão sob o seu comando – e ainda a participação da Comissão Mista da Reforma Tributária.
Assista a entrevista na íntegra.