José Ricardo e Marcelo Ramos defendem renda básica permanente
Com o auxílio emergencial chegando ao fim, aproximadamente 80 milhões de brasileiros passarão a viver na informalidade, sem nenhum recurso

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 28/07/2020 às 05:00 | Atualizado em: 27/07/2020 às 21:13
Os deputados federais José Ricardo (PT) e Marcelo Ramos (PL) são os dois membros da bancada do Amazonas que compõem a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Renda Básica, lançada no Congresso com 217 deputados e senadores e apoio de mais de 160 organizações da sociedade.
Com o auxílio emergencial chegando ao fim, aproximadamente 80 milhões de brasileiros passarão a viver na informalidade, sem nenhum recurso.
Por isso, a proposta ganha força no Congresso. Para se ter ideia, das 23 siglas existentes na Casa, 22 apoiam o projeto.
“É um grande negócio você garantir a transferência de renda para a população através de um programa de renda básica”, lembrou José Ricardo.
O deputado, que é economista, diz que o dinheiro circula imediatamente. “Ele não fica parado nos bancos que usa os recursos das pessoas para ganhar dinheiro. São recursos que vão imediatamente para o comércio, serviço e se transforma em novos recursos, renda e impostos”, defendeu.
Segundo ele, trata-se de uma questão de cidadania, justiça e direitos que estão previstos na Constituição.
Na sua opinião, enquanto se cobra políticas de geração de emprego, trabalho e renda, é preciso garantir o mínimo para a sobrevivência das pessoas.
“Agora com a Frente a ideia é discutir uma renda básica permanente enquanto persistirem as condições de miséria, fome, alto desemprego e informalidade. Tudo isso cresceu nos governos Temer e Bolsonaro, mas com a pandemia se agravou”, afirmou.
Proposta viável
Na avaliação do deputado Marcelo Ramos é uma proposta viável. Ele acredita que até o final da atual legislatura estará aprovada.
“Renda Básica é uma matéria que une economista de todas as matizes ideológicas. Até mesmo Milton Friedman, guru do liberalismo de Chicago, defendeu na forma de Imposto de Renda Negativo”, disse.
O deputado também diz que a proposta é importante do ponto de vista social e econômico. “Portanto, garantir uma renda mínima para todos os cidadãos é medida essencial do ponto de vista social, mas também do ponto de vista econômico ao trazer todos para o consumo”, concluiu.
Composição
O colegiado é presidido pelo federal João Campos (PSB-PE) e tem na secretária-executiva a deputada Tábata Amaral (PDT-SP).
Em entrevista ao Correio Braziliense, João Campos disse que existe condições para bancar o projeto usando os bilhões do Bolsa Família, Salário Família, isenção para dependentes de imposto de renda.
“Temos mais de R$ 200 bilhões do fundo parados para gerar superavit, e têm as isenções fiscais. Se você tira 10% de benefícios fiscais pouco produtivos, dá R$ 30 bilhões”, calculou.
Foto: Divulgação
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