Venda dos campos de Urucu entra na fase de seleção de propostas

Petrobrás está enviando carta-convite às empresas interessadas em comprar as sete áreas da Bacia do Solimões. Privatização foi anunciada em junho

Petrobrás desiste de vender Urucu

Antônio Paulo, do BNC Amazonas em Brasília

Escrito por Ferreira Gabriel

Publicado em: 07/08/2020 às 17:36 | Atualizado em: 07/08/2020 às 17:46

A Petrobrás avança na venda dos campos petrolíferos de Urucu, no Amazonas, anunciada em junho deste ano.

As sete concessões de produção de petróleo, condensado e gás natural, compreendem: Araracanga, Arara Azul, Carapanaúba, Cupiúba, Leste do Urucu, Rio Urucu e Sudoeste de Urucu, localizados nos municípios de Tefé e Coari na Bacia do Solimões.

Nesta sexta-feira (7), a Petrobrás informou ao mercado a “fase vinculante”, referente à venda da totalidade de sua participação no setor de petróleo no Amazonas.

Esta é a etapa em que são selecionadas algumas propostas obtidas na primeira fase; apresenta informações mais detalhadas das unidades à venda até chegar a propostas mais consistentes.

No comunicado, a estatal petrolífera diz que os habilitados para essa fase receberão carta-convite com instruções detalhadas sobre o processo de desinvestimento (privatização).

A Petrobrás também realizará o que se chama na linguagem corporativa de “due diligence”, que se refere ao processo de busca de informação sobre uma empresa.

A análise inclui aspectos como sua área de atividade, as possibilidades e perspectivas para o futuro do negócio e o estado de seus ativos e passivos.

Justificativas para a venda

O comunicado diz ainda que a operação está alinhada à estratégia de otimização de portfólio e melhoria de alocação do capital da companhia, passando a concentrar cada vez mais os seus recursos em águas profundas e ultraprofundas, onde a Petrobras tem demonstrado grande diferencial competitivo ao longo dos anos.

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Sobre o Polo Urucu

O Polo Urucu ocupa uma área de aproximadamente 350 km2. No primeiro semestre de 2020, a produção média do Polo foi de 103 mil boed, sendo 16,2 mil bpd de óleo e condensado, 13,8 milhões de m³/d de gás e 1,11 mil ton/dia de GLP.

“Além das concessões e suas instalações de produção, estão incluídos na transação as unidades de processamento da produção de petróleo e gás natural e instalações logísticas de suporte à produção”, informa a Petrobrás.

Privatização precisa ter aval da ANP

De acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME) a decisão de vender as unidades de produção de Urucu compete exclusivamente à Petrobras.

O MME esclarece ainda que todo o processo de cessão de direitos precisa ser aprovado pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), incluindo o processo de qualificação técnica, econômica e jurídica da nova empresa compradora.

“Este Ministério e a ANP, que faz a fiscalização dos contratos de concessão, vem acompanhando o processo de desinvestimento da Petrobras. E a cessão de direitos sobre estes campos está em linha com a Política de Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural estabelecida pela Resolução CNPE nº 17/2017”, diz nota do Ministério de Minas e Energia.

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Expectativas do MME

A expectativa do governo é que a “cessão de direitos” ou a venda do Polo de Urucu para uma outra empresa resulte em maiores investimentos no desenvolvimento de novos sistemas de produção e revitalização das áreas, incluindo a perfuração de novos poços, gerando aumento da produção.

O Ministério de Minas e Energia também espera o aumento no recolhimento de participações governamentais para a União, Estado e Municípios, bem como a ampliação da geração de empregos, trazendo renda direta e indireta ligada a ampliação destas atividades.

Leilão de 16 blocos petrolíferos no AM

O MME destaca que para o 2o ciclo da Oferta Permanente de Áreas para exploração e produção de petróleo e gás natural, único leilão a ser realizado pela ANP neste ano, foi viabilizada a inclusão de 16 blocos na Bacia do Amazonas, bem como o Campo de Juruá na Bacia do Solimões. Serão mais investimentos para o Estado do Amazonas.

“O desinvestimento da Petrobras no Polo de Urucu pode viabilizar parcerias que tornem os projetos exploratórios no Estado do Amazonas ainda mais interessantes, contribuindo para o sucesso do 2o ciclo da Oferta Permanente de Áreas”, diz o Ministério de Minas e Energia.

 

Foto: Reprodução/Petrobrás