Bolsonaro se aproxima cada vez mais do Progressistas

Ele já foi filiado a várias encarnações da legenda, como o PDC, PPR e PPB. Também foi filiado ao PP, na configuração atual, de 2005 a 2016. Deputado pouco atuante, Bolsonaro nunca exerceu cargo de liderança

Bolsonaro se aproxima cada vez mais do Progressistas

Publicado em: 27/08/2020 às 09:03 | Atualizado em: 27/08/2020 às 09:03

O PP, hoje Progressistas e recém convertido para a base de apoio de Jair Bolsonaro no Congresso, tem uma relação antiga com o ex-deputado e hoje presidente.

Ele já foi filiado a várias encarnações da legenda, como o PDC, PPR e PPB.

 

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Também foi filiado ao PP, na configuração atual, de 2005 a 2016.

Deputado pouco atuante, Bolsonaro nunca exerceu cargo de liderança, nem presidiu comissão por indicação da sigla.

Em 2014, o então líder do PP na Câmara, Eduardo da Fonte (PP-PE), avaliou indicar Bolsonaro para presidir a Comissão de Direitos Humanos, mas recuou pelo interesse maior do partido na Comissão de Minas e Energia.

Nas décadas de 1980, 1990 e no início dos anos 2000, o PP tinha como principal cacique Paulo Maluf, que foi governador de São Paulo, prefeito da capital paulista e candidato a presidente pela sigla.

Também exercia grande influência Esperidião Amin (PP-SC), que foi governador de Santa Catarina, candidato a presidente e hoje é senador.

Maluf é atualmente o caso mais recente de deputado com o mandato cassado pela Justiça.

Ele cumpre prisão domiciliar por lavagem de dinheiro.

 

Participação no governo

 

O PP fez parte da base do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

O deputado Ricardo Barros (PP-PR) era líder do governo na Câmara na época do tucano.

Hoje ele ocupa a mesma função na gestão de Bolsonaro.

Nos governos do PT, o PP também fez parte da base aliada e ocupou diferentes ministérios.

Aguinaldo Ribeiro, Mário Negromonte e Gilberto Occhi foram membros do PP que ocuparam o cargo de ministro das Cidades de Dilma Rousseff (PT).

Neri Gheller e Mendes Ribeiro Filho já foram ministros da Agricultura da petista.

A sigla também tinha influência na escolha de diretores da Petrobras e foi umas das principais atingidas pela Lava Jato, que investiga desvio de recursos na estatal.

 

Apoio impeachment

 

Mesmo com ampla participação no governo, em 2016, a direção nacional do partido fechou questão pelo impeachment de Dilma e o PP passou a ocupar ministérios do governo de Michel Temer (MDB).

Entre os representantes do partido no governo estavam Ricardo Barros no Ministério da Saúde, Gilberto Occhi, que foi presidente da Caixa e ministro da Saúde, e Alexandre Baldy, que foi ministro da Cidades.

Recentemente, ele foi denunciado pelo MPF, no âmbito da Operação Lava Jato, por corrupção.

Em 2018, o PP apoiou formalmente Geraldo Alckmin (PSDB) para presidente da República, tendo inclusive indicado a candidata a vice dele, Ana Amélia (PP-RS).

No entanto, eram frequentes os atos de campanha de Fernando Haddad (PT), no qual o presidente do PP, Ciro Nogueira, participava ao lado do petista.

 

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Foto: Reprodução/Twitter Ciro Nogueira