Sonho de Jucá de parar a Lava Jato é realizado por Aras, diz analista
Romero Jucá, então senador em 2016, falou do seu sonho durante conversa com o então presidente da Transpetro, Sérgio Machado.

Aguinaldo Rodrigues
Publicado em: 10/09/2020 às 15:40 | Atualizado em: 10/09/2020 às 15:40
O sonho do ex-senador Romero Jucá (MDB-RR) está sendo realizado pelo procurador-geral da República, Augusto Aras. Ao menos é esse o cerne da análise do comentarista político da Veja, Thomas Traumann.
O sonho de Jucá, conforme o analista, era parar a operação Lava Jato. Jucá disse isso durante conversa com o então presidente da Transpetro, Sérgio Machado. O executivo, por sua vez, estava envolvido no escândalo do petrolão. Veja aqui todo o diálogo.
Numa longa conversa, porém, gravada e publicada por sites e portais em 2016, Jucá articulava o impeachment de Dilma Rousseff. E temia a força-tarefa da Lava Jato, pois ele poderia ir com os demais para o ralo.
De acordo com o então senador, uma “mudança” no governo federal resultaria em um pacto para “estancar a sangria”. Ele se referia, portanto, ao andamento da Lava Jato.
Jucá queria, contudo, a queda da força-tarefa e isso poderia acontecer a partir da ascensão de Michel Temer. O então vice-presidente assumiria à Presidência da República com a queda de Dilma.
Na postagem de Veja, o analista Thomas Traumann diz que a nomeação de Aras foi a mais importante do governo Bolsonaro. E afirma, categoricamente, que, em um ano, Aras destruiu a Lava Jato.
A Lava Jato conseguiu desvendar bilhões em corrupção no Brasil, mas é inegável que houve um exagero de Deltan Dallagnol no comando da ação, diz Traumann.
E com o tempo, Deltan Dallagnol saiu do comando da operação em Curitiba, procuradores em São Paulo pediram demissão coletiva e o procurador, que investigava a principal operação contra a JBS, também saiu.
E o que tudo isso quer dizer?, indaga Traumann. – Que Aras está conseguindo fazer o que o ex-senador Romero Jucá chamava de ‘estancar a sangria’.
Ouça o podcast de Traumann na Veja
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado – 12/5/2016