PF faz busca na sede do governo do Pará por fraude na saúde
O governador Helder Barbalho é alvo da investigação, mas segundo a polícia, não há mandado de prisão contra ele

Diamantino Junior
Publicado em: 29/09/2020 às 07:55 | Atualizado em: 29/09/2020 às 07:55
A Polícia Federal faz buscas na sede do governo do Pará para apurar desvios na área da Saúde.
Operações também acontecem em São Paulo e no Paraná mirando grupos suspeitos de fraude na contratação de organizações sociais.
No Pará, o governador Helder Barbalho é alvo da investigação, mas segundo a polícia, não há mandado de prisão contra ele.
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A operação investiga uma suposta organização criminosa que atuava desviando recursos da Saúde destinados a contratação de organizações sociais de saúde (OSS) para gestão de hospitais públicos no estado.
Entre eles, os hospitais de campanha construídos durante a pandemia do coronavírus.
Segundo a CGU (Controladoria Geral da União), as investigações revelaram que um grupo de quatro OSS firmou, ao menos, 12 contratos ou termos aditivos com o governo do Pará entre agosto de 2019 e maio de 2020, totalizando aproximadamente R$ 1,2 bilhão, já tendo sido pagos o montante de R$ 310 milhões.
“Ao longo da investigação, a PF no Pará constatou que as mesmas Organizações Sociais já vinham sendo monitoradas pela Polícia Civil de São Paulo, há cerca de dois anos, tendo em vista que a maioria dessas OSS é oriunda daquele estado. O trabalho contribuiu com diversas provas colhidas por meio de interceptação telefônica, quebra de sigilos bancários e monitoramento dos investigados”, diz a CGU em nota.
Operação S.O.S
Na operação, chamada de S.O.S., a PF cumpre 12 mandados de prisão temporária e 41 mandados de busca e apreensão expedidos pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Além disso, há 64 mandados de prisão temporária e 237 mandados de busca e apreensão expedidos pelos Juízos das Varas de Birigui e Penápolis, no interior de São Paulo.
De acordo com a GloboNews, o secretário de Transportes do Pará, Antônio de Pádua, e o chefe da Casa Civil, Parsifal Pontes, foram presos.
O UOL tentou confirmar a informação com a Polícia Federal e também entrou em contato com a assessoria do governador do Pará, mas ainda não teve resposta.
Crimes
Os crimes investigados são fraude em licitações, falsidade ideológica, peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa, com penas previstas superior a 60 (sessenta) anos de reclusão.
Operações também acontecem em SP e no PR Também na manhã de hoje em São Paulo, a Polícia Civil e o Ministério Público do Estado abriram a Operação Raio X para apurar supostos desvios de dinheiro público na área da saúde.
São cumpridos 260 mandados de busca e apreensão e 57 mandados de prisão temporária no estado de São Paulo.
A operação mira uma associação criminosa que teria desviado milhões de reais destinados à saúde, mediante celebração de contratos de gestão em diversos municípios de São Paulo, por meio de organizações sociais. O esquema de corrupção envolve agentes públicos, empresários e profissionais liberais.
Mandados de busca são cumpridos em salas da Câmara Municipal de São Paulo e da secretaria estadual de Saúde. Segundo a TV Globo, na Câmara, o alvo é um funcionário de um vereador.
No Paraná, a Polícia Civil cumpre, em apoio à Polícia Civil de São Paulo, 24 ordens judiciais, sendo nove mandados de prisão preventiva e 15 de busca e apreensão, em Curitiba e na região de Londrina.
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Foto: divulgação Polícia Federal