Precisamos reencontrar nossa humanidade

Mariane Veiga, Por Lรบcio Carril*

Publicado em: 31/10/2020 ร s 18:32 | Atualizado em: 31/10/2020 ร s 18:32

Ninguรฉm nasce racista, machista ou preconceituoso. Uma crianรงa, em seus primeiros anos de vida, nรฃo tem essas condutas. Se outra crianรงa รฉ diferente na sua forma de ser, elas brincam, interagem, se relacionam. Nรฃo tem cor, gรชnero ou jeito que possam repelir a interaรงรฃo humana e social.

O preconceito รฉ uma construรงรฃo social que destrรณi o tecido social, ao excluir e violentar as relaรงรตes de grupo e a prรณpria relaรงรฃo humana, que, necessariamente, รฉ social.

Achar normal o preconceito รฉ se autoviolentar e buscar destruir as relaรงรตes sociais, que devem se edificar no respeito ร s diferenรงas. Se assim nรฃo os sรฃo รฉ por desvio e nรฃo por natureza.

O preconceito, seja ele expresso por racismo, misoginia ou homofobia, รฉ, por natureza, inumano, pois nega a necessidade de vida social, criando guetos humanos de exclusรฃo e violรชncia. Nรฃo existe sociedade sem diferenรงa e sem respeito a essa diferenรงa.

ร‰ preciso se indignar contra o preconceito. Isto sim รฉ humano e social. Achar que o preconceito รฉ uma piada ou uma conduta normal nรฃo รฉ desumano, รฉ inumano, รฉ a perda da natureza humana.

Precisamos nos reencontrar com nossa humanidade e mostrar ร s nossas crianรงas e futuras geraรงรตes que o normal รฉ a diferenรงa e o respeito รฉ da natureza do ser humano.

 

*O autor รฉ sociรณlogo, comunista, ex-secretรกrio executivo da Secretaria de Polรญtica Fundiรกria do Estado do Amazonas, ex-delegado federal do Ministรฉrio do Desenvolvimento Agrรกrio e especialista em gestรฃo e polรญticas pรบblicas pela Fundaรงรฃo Escola de Sociologia e Polรญtica de Sรฃo Paulo

 

Leia mais

A liberaรงรฃo criou uma consciรชncia de perigo superado

 

 

Foto: Marcelo Camargo/Agรชncia Brasil