Privatização é apontada culpada pelo maior apagão da história do Amapá
A empresa responsável pelo fornecimento de energia no Amapá, é a espanhola Isolux, que possui histórico de maus serviços prestados em outros países

Ferreira Gabriel
Publicado em: 10/11/2020 às 10:13 | Atualizado em: 10/11/2020 às 10:13
O Estado do Amapá enfrenta apagão de energia eletrica histórico, e a privatização é apontada como maior culpada pela situação. A partir disso, mais de 700 mil pessoas, em 13 dos 16 municípios do estado estão sofrendo com afalta de energia, água e combustíveis desde a noite de terça-feira (3).
Conforme reportagem de Rosely Rocha, publicada por Carta Campinas, a empresa responsável pelo fornecimento de energia no Amapá, é a espanhola Isolux. Esta, portanto, tem histórico de maus serviços prestados em outros países. No entanto, quem está fazendo o conserto são os trabalhadores da Eletrobras. Trata-se da estatal que o presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) quer privatizar.
O grupo multinacional que controla a concessionária Linhas do Macapá não conseguiu resolver o problema. A partir disso, pediu socorro para os trabalhadores da Eletrobras.
A estatal brasileira está enviando técnicos dos estados do Pará, Maranhão e Rondônia para ajudar no reparo. O problema é que nem um gerador substituto, nem peças de reposição, a Isolux possui no local.
“O que acontece no Amapá pode acontecer em outros lugares. Bolsonaro e ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque vêm dizendo que a Eletrobras não tem capacidade de investimento, e apostam na privatização, só que na hora em que acontece um acidente como este são os técnicos da Eletrobras que são convocados para prestarem socorro à empresa internacional porque ela não tem capacidade para resolver o problema”, alerta Wellington. Ele também é funcionário da Eletronorte, do holding Eletrobras.
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Falta de capacidade técnica
De acordo com o dirigente, a Isolux não tem capacidade técnica. Além disso, a empresa não trabalhadores em números suficientes para manutenção, nem recompor a energia em pouco espaço de tempo. Dessa forma, os técnicos da Eletrobras foram chamados para prestar socorro.
O presidente do Sindicato dos Ubanitários do Amapá (STIU-AP), Jedilson Santa Bárbara de Oliveira, critica ainda o desmonte da Eletronorte no estado.
Segundo ele, a empresa tinha no estado do Amapá, 220 trabalhadores em 2007. Mas com a sanha privatista de Michel Temer (MDB-SP), hoje conta com apenas 110 trabalhadores.
“Oito técnicos da Eletrobras de outros estados que estão ajudando nos reparos são considerados dispensáveis pela empresa por terem muito tempo de casa e estão prestes a se aposentar. A empresa quer incentivar a demissão de trabalhadores experientes por meio de PDVs, mas na hora que mais precisa, são eles que são chamados. As mil demissões que a Eletrobras quer fazer são para baratear os custos para privatizar e entregar ao capital internacional mais uma empresa brasileira superavitária. A Eletrobras teve um lucro no último ano de R$ 20 bilhões”, denuncia Jedilson.
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