Bolsonaro defende “boi-bombeiro” para reduzir incêndios no Pantanal

Em outubro, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, eximiu o governo de culpa pelas queimadas no Pantanal e defendeu a criação de gado na região

Publicado em: 23/11/2020 às 13:21 | Atualizado em: 23/11/2020 às 13:21

Com os quadros do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e do Instituto Chico Mendes (ICMBio) reduzidos, o presidente Jair Bolsonaro voltou a defender, nesta segunda, 23, a utilização do “boi-bombeiro” como saída para reduzir os incêndios no Pantanal.

“Fogo lá no Pantanal. No passado, a gente podia deixar o boi comer o capim acumulado, agora não pode mais. Então, acumula uma massa vegetal morta muito grande e, quando vem o fogo, incendeia e o negócio é uma barbaridade. É o boi-bombeiro. Quando fala, é galhofa. O pessoal que nunca pisou no capim falando mal do produtor rural”, afirmou Bolsonaro ao conversar com apoiadores.

Em outubro, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, eximiu o governo de culpa pelas queimadas no Pantanal e defendeu a criação de gado na região para reduzir a “massa orgânica”.

 

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De acordo com Salles, a ampliação das áreas de pastagens reduziria as queimadas, proposta também defendida antes pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina.

“Eu falo uma coisa que, às vezes, as pessoas criticam, mas o boi ajuda, ele é o bombeiro do Pantanal, porque é ele que come aquela massa do capim. É ele que come essa massa para não deixar que ocorra o que neste ano nós tivemos”, declarou Tereza, em outubro.

No entanto, a estratégia defendida por Bolsonaro e seus ministros é rechaçada por diversos especialistas e organizações socioambientais.

Desse modo, não existem dados científicos que sustentem a tese de que focos de incêndio possam variar conforme aumento o tamanho do rebanho no Pantanal.

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Foto: Marcos Corrêa/Presidência da República