Maioria da bancada AM apoia Arthur Lira e pede compromisso com ZFM  

Seis dos oito deputados federais do Amazonas devem seguir a candidatura do líder do centrão, patrocinado pelo Palácio do Planalto. Somente o PT, de José Ricardo, deve seguir o grupo de Rodrigo Maia. O PSL, de Pablo Oliva, pode rachar e votar nos dois candidatos.  

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Antônio Paulo, do BNC Amazonas em Brasília. 

Publicado em: 18/12/2020 às 20:11 | Atualizado em: 18/12/2020 às 21:33

A maioria da bancada do Amazonas, na Câmara dos Deputados, deverá apoiar a candidatura de Arthur Lira (PP-AL). O líder do centrão é o nome patrocinado pelo Palácio do Planalto.  

E um dos requisitos para o apoio é o compromisso com a Zona Franca de Manaus. Na avaliação dos membros da bancada, o presidente Rodrigo Maia (DEM) age contra o modelo industrial do Amazonas.  

Dos oito parlamentares da bancada, ao menos seis deles deverão seguir seus partidos e marchar com Lira (na foto, a bancada de deputados e senadores do Amazonas)

A eleição para o comando da Câmara acontecerá em 1º de fevereiro de 2021.  

São eles: Átila Lins (PP), Bosco Saraiva (Solidariedade), Capitão Alberto Neto e Silas Câmara (Republicanos), Sidney Leite (PSD) e Marcelo Ramos (PL). 

Ao justificar o posicionamento, o deputado Sidney Leite lembrou que, quando Rodrigo Maia esteve em Manaus, ainda pré-candidato à reeleição, assumiu compromisso com a Zona Franca de Manaus.  

“Mas, todos nós acompanhamos como ele se comportou no projeto da lei de informática. Foi irônico e disse que nós queríamos tudo. Como ele é contra a ZFM, o PSD não apoia essa candidatura”, declarou Sidney Leite. 

De acordo com o deputado Bosco Saraiva, há forte tendência de o Solidariedade acompanhar o deputado Arthur Lira, porém o partido ainda não se reuniu para tornar esse apoio oficial.  

“Mas, o meu candidato será aquele que assumir compromisso com a defesa da Zona Franca de Manaus”, declarou. 

O deputado Marcelo Ramos, que até pouco tempo pleiteava uma candidatura, mas se retirou da disputa para acompanhar o PL no apoio a Lira, é o candidato do partido à 1ª vice-presidência da Câmara.

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Candidato do presidente 

Esta semana, o Republicanos, dos deputados Silas Câmara e Capitão Alberto Neto, aderiram à campanha de Lira. Inclusive, o atual primeiro vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira (SP) desistiu da candidatura que estava postulando.  

Questionado sobre de qual lado vai ficar, o vice-líder do governo, Alberto Neto declarou: “Vou apoiar a candidatura a qual o presidente sinalizar”. 

 

PT adere grupo de Maia 

Ao grupo do presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ), que ainda não escolheu o candidato para disputar o comando da Câmara, somente o deputado José Ricardo (PT) deve aderir a essa candidatura. 

Nesta sexta-feira (18), o Partido dos Trabalhadores decidiu aderir ao grupo de Maia. O PT tem a maior bancada da Câmara, com 55 deputados federais.  

Ficou combinado que, além dos deputados Baleia Rossi (MDB-SP) e Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) – pré-candidatos a presidente da Câmara – a esquerda vai apresentar um terceiro nome para disputar dentro do grupo como pré-candidato à presidência da Casa.

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PSL deve rachar 

Até agora, o PSL, do deputado Delegado Pablo, consta da lista do grupo de partidos liderados por Rodrigo Maia.   

No início das conversas, o presidente da legenda, Luciano Bivar (PE), chegou a figurar na lista dos pré-candidatos do grupo de Rodrigo Maia.   

Com a segunda maior bancada da Câmara, com 53 deputados, no entanto, mais da metade dos membros é de bolsonaristas e deve votar no candidato indicado pelo governo.  

Há comentários, inclusive, de que o PSL pode aderir integralmente à candidatura de Arthur Lira.  

 

Maioria sem vitória garantida 

A maioria dos partidos em torno da candidatura do grupo de Maia ainda não garante vitória. O grupo conta hoje com 280 deputados 

Isso significa que tem mais que a maioria absoluta da Câmara (257) necessária para encerrar a disputa em primeiro turno.  

Além dos partidos de centro que formaram o bloco inicial, a nova formação também agrega a oposição de esquerda. 

Ainda assim não se pode antecipar, entretanto, a vitória do candidato ungido por Maia, visto que além do longo tempo até as eleições. Como o pleito ocorrerá em fevereiro, há de se considerar as dissidências dentro do grupo. Como o voto é secreto, muitas traições podem ocorrer. Por isso, 280 votos, hoje, não dão segurança de vitória.

 

Foto: Ariel Costa/assessoria parlamentar/arquivo