A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) lança, nesta terça-feira, dias 26, às 10h, o relatório Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil – 2020.
Pela primeira vez e em razão da pandemia do coronavírus (covid-19), a entidade apresentará os números em plataforma virtual, com transmissão ao vivo pelo Facebook (Fenajoficial) e realizará coletiva de imprensa via plataforma StreamYard (inscrições pelo e-mail [email protected] ).
A atividade está incluída na programação da edição 2021 do Fórum Social Mundial e será conduzida pela presidente da Fenaj, Maria José Braga (foto ).
Os dados revelam que os ataques à imprensa e as agressões diretas a jornalistas explodiram no Brasil no ano passado.
Em relação a 2019, houve um aumento de mais de 100% dos casos.
Bolsonaro e a imprensa
A presidente da Fenaj adianta que a explosão de casos está associada à sistemática ação do presidente da República, Jair Bolsonaro, para descredibilizar a imprensa e à ação de seus apoiadores contra veículos de comunicação social e contra os jornalistas.
Até mesmo a cobertura jornalística da pandemia serviu de pretexto para os ataques.
Jornalistas foram hostilizados por estarem trabalhando, por pessoas que desconhecem o papel do jornalismo, ainda mais essencial durante uma crise sanitária.
A TV Globo foi chamada, pelo presidente, de “TV Funerária”, por noticiar a escalada das mortes por covid-19, que já ultrapassou as 200 mil.
Censura e agressões verbais
Mas, para o número geral de ataques à liberdade de imprensa mais que dobrar em 2020, em comparação com 2019, houve crescimento em quase todos os tipos de violência categorizados pela Fenaj.
Os maiores aumentos foram nas categorias de censura e agressões verbais/ataques virtuais.
Houve também, em 2020, o acréscimo de três categorias não identificadas em 2019: ataques cibernéticos, atentado e sequestro/cárcere privado.
Não houve aumento somente nos casos de assassinatos e de racismos/injúrias raciais, com duas ocorrências de cada em 2020, o mesmo número registrado no ano anterior.
Mas, para a Fenaj, o registro de duas mortes de jornalistas, por dois anos seguidos, é evidência concreta de que há insegurança para o exercício da profissão no Brasil.
Foto: Fenaj/divulgação