Segundo o Brasil de Fato , a adoção de um novo lockdown nos estados brasileiros vem ganhando corpo no debate público, mas têm esbarrado na falta de medidas de proteção aos trabalhadores brasileiros, que sucumbem após o fim do auxílio emergencial.
O pneumologista Sebastião Costa, membro da Associação Médica da Paraíba, avalia que a adoção de um lockdown ainda em novembro de 2020 poderia ter evitado colapso na saúde.
Por exemplo, o colapso do Sistema Único de Saúde (SUS) em Manaus, capital do Amazonas, no início do mês.
Para o especialista, o lockdown poderia ter evitado tudo isso. O sufocamento de Manaus, necrotérios superlotados, as UTIs quase sem vagas.
“Era preciso que fosse feito com muito rigor ainda antes de novembro. Novembro foi o pontapé para poder realimentar essa curva epidêmica”, avalia o profissional.
Reimplantação do auxílio
Apesar de se justificar do ponto visto clínico, a medida drástica de restrição social não condiz com a realidade econômica do país. É o que aponta Lúcia Garcia, economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Além disso, a especialista diz que não há outra alternativa para conter a crise sanitária e econômica que não seja a vacinação em massa e a reimplantação do benefício emergencial.
Esse auxílio emergencial tirou 15 milhões de brasileiros da extrema pobreza, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Portanto, para a economista, “pessoas sem renda, pessoas sem garantia, pessoas sem proteção, têm condições de permanecerem dentro de suas casas aguardando a vacina em um calendário tão prolongado? Não, isso não vai acontecer”.
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Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil