Pazuello faz discurso de despedida em Manaus

Substituto já tem nome circulando nos bastidores e mudança pode acontecer ainda neste fim de semana

eduardo pazzuello vira moeda de troca na eleição do congresso

Neuton Correa, da Redação do BNC AMAZONAS

Publicado em: 29/01/2021 às 13:44 | Atualizado em: 29/01/2021 às 15:21

O ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, fez um discurso em tom de despedida no fim da manhã desta sexta-feira, dia 29, em Manaus.

Foi durante evento da Prefeitura de Manaus para receber dez médicos do Programa Mais Médicos para atuar na pandemia.

Ele, objetivamente, falou em despedida da cidade, onde está há seis dias, enviado pelo Planalto para ajudar a crise na saúde do Amazonas.

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Mas, além disso, ele deixou margem para entendimento de fim de linha no comando do Ministério da Saúde.

“Vou aproveitar esse momento, que talvez seja minha última oportunidade de conversar nesse nível em Manaus”, disse Pazuello.

Depois disso, ele deixou subentendido que sua permanência no cargo está condicionada ao que vai acontecer na tarde desta sexta em Brasília.

“Antes de retornar para Brasília (…) o que vai acontecer hoje à tarde”, acrescentou em frase solta e incompleta.

Pressão

O tom de despedida do general Pazuello ocorre em meio à pressão para que ele deixe o cargo por dois motivos.

Crise de oxigênio

O primeiro é o fato de hoje já ser um auxiliar direto do presidente Jair Bolsonaro, de primeiro escalão, investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Ele foi acusado pela Procuradoria Geral da República (PRG) por ter negligenciado alerta de caos no abastecimento de oxigênio em Manaus.

Dessa forma, segundo a PRG, ele teria praticado crime contra a vida, por causa do colapso que provocou mortes de pacientes com covid-19 no Amazonas.

A apuração do caso foi autorizada pelo ministro Ricardo Lewandowski na segunda-feira, dia 25, pondo-o na condição de investigado.

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Cabeça na bandeja

Além disso, a eleição para a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados virou outro problema para Pazuello.

Para apoiar Arthur Lira, candidato de Bolsonaro, o centrão quer a pasta de general. E tudo indica que a cabeça do general já foi negociada.

Nome cogitado

Nos bastidores de Brasília, há informação de que Pazuello já tem até substituto.

Este seria Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, que já foi ministro da saúde.

Ele comandou a pasta no governo Michel Temer, de 2016 a 2018.

A mudança, segundo fontes do Planalto, pode acontecer ainda neste fim de semana.

Foto: Carolina Antunes/PR