A produção industrial brasileira encerrou 2020 com um tombo de 4,5%, apontam os dados divulgados nesta terça-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o G1.globo , este foi o segundo ano de recuo da indústria nacional – em 2019 ela havia recuado 1,1% – e o pior resultado desde 2016.
A queda acumulada no ano ocorreu apesar de a produção industrial ter registrado, em dezembro, o oitavo mês seguido de alta.
“É claro que há uma melhora da produção industrial , mas ainda há muito espaço para ela crescer e não é em função das perdas provocadas pela pandemia”, enfatizou o gerente da pesquisa, André Macedo.
De acordo com o IBGE, o recuo na produção foi disseminado em todo o setor industrial do país.
Todas as quatro grandes categorias econômicas da indústria tiveram resultados negativos:
Bens duráveis: -19,8% Bens de capital: -9,8% Bens de consumo: -8.9% Bens intermediários -1,1%
Mas, foi a produção automotiva que mais impactou no resultado geral.
Alta pelo segundo trimestre seguido
Considerando a análise trimestral do setor industrial, a produção teve alta pelo segundo trimestre seguido. Nos dois primeiros trimestres do ano o setor havia registrado queda.
De acordo com o gerente da pesquisa, André Macedo, o setor fechou o quarto trimestre com alta de 5,1% em relação ao trimestre. No terceiro, a alta havia sido de 22,3%.
Já no segundo trimestre, a produção havia recuado 17,5%, enquanto no primeiro trimestre a queda havia sido de -2,5% em relação ao quatro trimestre de 2019
Veículos em alta, alimentos em queda
Para o resultado de dezembro frente novembro, o principal destaque partiu do segmento de veículos automotores, reboques e carrocerias, com ganho de 6,5%, exercendo a principal influência positiva.
Macedo destacou que grande parte da produção de alimentos é impactada por produtos como açúcar e derivados de soja, que são insumos para outras atividades industriais.
Mas, ele apontou que fatores conjunturais podem estar diretamente relacionados à queda da produção de produtos alimentícios nos últimos três meses.
“Esse resultado pode ter relação com o aumento de preços, pode ter influência da redução do auxílio emergencial, além de uma série de outras influências”, disse o pesquisador.
Reação depende de renda
Questionado sobre o que é necessário para a indústria reagir em 2021, o gerente da pesquisa do IBGE foi enfático ao apontar a necessidade de recuperação consistente do mercado de trabalho.
“O mercado de trabalho vai ser determinante para sustentar a indústria e a economia como um todo”, afirmou Macedo.
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Foto: Foto: Divulgação/Moto Honda