O pedido que o presidente Jair Bolsonaro fez aos presidentes da Câmara e do Senado, para que aprovem o PL 191, significa que ele está priorizando a pressão sobre os povos indígenas da Amazônia.
A opinião é da gerente de Projetos e Produtos do Instituto Escolhas, Larissa Rodrigues, doutora em Energia, ex-coordenadora da equipe de Pesquisas e Investigações do Greenpeace Brasil.
O PL 191 trata de liberação de terras indígenas da região para mineração.
Para ela, a atividade é temerária, dura cinco anos e depois desaparece.
“Além disso, a extração de minérios deixa um rastro de destruição social e ambiental, que fica para sempre, como a contaminação de rios e pessoas por mercúrio, o desmatamento, a violência, o trabalho escravo, a prostituição e a sonegação fiscal”, diz ela em artigo publicado nesta quinta-feira, dia 4, pelo jornal Folha de S.Paulo.
Larissa Rodrigues sustenta que a exploração do ouro na Amazônia não muda a dinâmica econômica na região, mantém a população pobre e que, por sua ligação com o crime organizado, só aumenta a violência.
“Hoje não é possível saber se o ouro que está no mercado tem origem legal ou se está contaminado pelo sofrimento e a miséria de quem vive na Amazônia”, finaliza, pedindo que o presidente e o Congresso priorizem o combate aos crimes ambientais.
Leia o artigo na Folha .
Foto: Felipe Werneck/Ibama – Operação do Ibama de combate a garimpo ilegal na Terra Indígena Kayapó, no Pará