Governo faz estudo incompleto e BR-319 segue sem licença ambiental
Ibama devolveu relatório do Dnit para obras no "trecho do meio" da rodovia para mais informações sobre impactos no meio ambiente

Ednilson Maciel, da Redação do BNC AMAZONAS
Publicado em: 23/02/2021 às 12:10 | Atualizado em: 23/02/2021 às 12:10
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) tenta do de obter o licenciamento ambiental para reconstruir a parte mais danificada da rodovia que liga Manaus a Porto Velho. Mas corre risco de fracassar.
O quarto estudo entregue ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) já foi analisado e devolvido ao Dnit, conforme o G1.globo.
Dessa forma o departamento apresente complementações e esclarecimentos, o que, segundo o Denit, será feito até o final de março deste ano.
O estudo também propõe ações para que os impactos sejam minimizados, evitados ou compensados.
Estudos incompletos
Assim como os estudos apresentados em 2008 e 2009 pra obter o licenciamento do trecho do meio, o atual também não está completo, segundo avaliação do Ibama.
Por e-mail, o instituto informou à Rede Amazônica que “a análise do estudo foi concluída, sendo indicada a necessidade de complementações e esclarecimentos, que devem ser apresentados pelo Dnit”.
Procurado, o Dnit confirmou que “o Ibama solicitou esclarecimentos, conforme detalhado no parecer técnico (SEI IBAMA 9031197), que trata de apresentação de alternativas tecnológicas, compromissos e responsabilidades e algumas melhorias a serem incorporadas aos estudos ambientais”.
Então, o departamento informou ainda que as respostas solicitadas devem ser concluídas até o final março.
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Reconstrução de trecho
O trecho do meio da BR-319 tem 405 km de extensão, começa depois do Rio Igapó-Açu, no km 250, chegando até o entroncamento com a BR-230, no km 655, na altura de Humaitá. Trata-se da parte mais danificada da ligação AM/RO.
No entanto, o problema voltou a ser evidenciado neste mês de janeiro, quando os hospitais de Manaus ficaram sem oxigênio por conta de um novo surto de covid.
Como resultado, um comboio com 160 mil m³ do insumo foi enviado de Porto Velho e deveria chegar na capital amazonense em um dia e meio, mas demorou quatro dias.
Exigências ambientais
Com isso, a determinação política de restabelecer a ligação rodoviária AM/RO começou a enfrentar resistências em 2005.
Todavia, em outubro daquele ano, a 2ª Vara Federal do Amazonas decidiu que o caso da BR-319 não se tratava apenas de recuperação, mas também de reconstrução de trechos da estrada.
Apelos do setor produtivo
Representantes da indústria e do comércio em Rondônia e Amazonas torcem para que os dois estados possam ser reconectados pela estrada.
Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (FIERO), Marcelo Thomé, não há dúvida de que a interligação rodoviária, através da recuperação da BR-319.
Dessa forma, “permitirá que os empresários de Rondônia acessem o mercado manauara em cerca de dez horas, fornecendo diversos produtos, que também pra população de Manaus será melhor”, observou o dirigente.
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Foto: Divulgação