O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM), demonstrou-se indignado com o aumento do orçamento para o investimento do Ministério da Defesa, quatro vezes a mais, por exemplo, do que o previsto para a pasta da saúde.
“A única guerra que nós temos agora é contra os trágicos efeitos sanitários, econômicos e sociais decorrentes da pandemia e o orçamento deve expressar isso!”, afirmou o deputado amazonense.
O Congresso Nacional deve votar, nesta quinta-feira (25), o orçamento da União para 2021.
“Aumentamos o dinheiro para saúde e educação, garantimos os recursos para pesquisa da vacina brasileira, que vai acontecer ainda neste ano, e mais de R$ 20 bilhões para o governo federal continuar comprando vacinas”, disse o relator da proposta de orçamento de 2021, senador Márcio Bittar (MDB-AC).
As divergências, contudo, são muitas. “Num país com 300 mil mortos por covid, com mais de 700 mil micro e pequenas empresas fechadas, com 14 milhões de desempregados aumentar para R$ 8,17 bilhões, quatro vezes o investimento em saúde, o orçamento de investimento da Defesa é medida de absurda insensibilidade”, disse Ramos.
Segundo ele, as próprias Forças Armadas deveriam se levantar contra a situação. “Após todos os brasileiros estarem protegidos do covid e o país voltar a alguma normalidade econômica, aí sim podemos falar em comprar submarino nuclear ou aviões caças. É só uma questão de prioridades”.
Oposição
Apesar do relator garantir que ocorreu aumento para as áreas de saúde e educação, o líder da minoria no Senado, Jean Paul Prates (PT-RN), disse que houve uma redução do orçamento da saúde em mais de R$ 36 bilhões, em comparação ao valor empenhado em 2020.
Já na área da educação tem ocorrido uma redução progressiva, ano após ano, no orçamento destinado às universidades e institutos federais, CNPQ, Capes e FNDCT.
“Estamos no pico da pandemia e as necessidades estão maiores do que as do ano passado. Faltam medicamentos, leitos de UTI, vacinas e recursos básicos para manutenção das nossas instituições superiores de ensino. Mantidos esses cortes, não vai ter dinheiro para pagar as contas de água e luz nas universidades”.
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Foto: Najara Araújo/Câmara dos Deputados