O esforço e a competência de um homem, Alexandre de Gusmão, garantiram as fronteiras brasileiras que não incluíam a Amazônia. Como relata o livro do ex-embaixador Synésio Sampaio Goes Filho.
É a história daquele que é considerado o avô da diplomacia brasileira, resgatada no livro Alexandre de Gusmão, o Estadista que desenhou o mapa do Brasil . A informação é compartilhada pelo “Hellou page”.
Para o autor, não é exagero dizer que Gusmão foi um dos nomes mais importantes para a história do Brasil, embora não seja conhecido do grande público e não tenha o seu papel legitimado nos livros e escolas.
“A histórica diplomática do Brasil começa com ele, em 1750. Foi o homem que negociou a propriedade de dois terços do nosso atual território”, resume Goes Filho.
De fato, os contornos do país foram desenhados desta forma graças à habilidade do então secretário privado do rei D. João 5º.
Nesse sentido, ele negociou com os espanhóis a divisão definitiva dos territórios na América Latina. Além disso, ele era o responsável por gerenciar as relações externas do Brasil, a colônia mais importante de Portugal em meados no século 18.
Negociação
O autor conta que havia mais de 60 missões de religiosos portugueses na Amazônia naquela época.
De tal modo, os espanhóis já consideravam, de certa forma, o oeste do Brasil como propriedade de Portugal.
É preciso ressaltar que, ao contrário de hoje em dia, há 270 anos, o valor da floresta como repositório universal de biodiversidade era desconhecido e pouco valorizado.
A Amazônia rendia aos portugueses a comercialização das chamadas “drogas do Sertão”, apreciadas em coroas europeias. Na Inglaterra, virou mania tomar vinho do Porto com “Brazilian nuts”, a castanha do Pará.
Soberania da Amazônia
Quase três séculos depois, a questão da soberania sobre a Amazônia volta à tona – agora, sob o aspecto da proteção ambiental.
Desde a eleição de Jair Bolsonaro, o assunto causa embates entre o Brasil e países da Europa e os Estados Unidos.
“Esse governo Bolsonaro é que tem uma política externa e ambiental horríveis. A política externa está dilapidando o patrimônio do Itamaraty, a qualidade da diplomacia brasileira, que vem desde Alexandre de Gusmão.”
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