O Conselho de Ética da Câmara decidiu arquivar nesta quinta-feira a representação contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). A reportagem é do O Globo.
Conforma a publicação, Bolsonaro foi acusado por declarações sobre a volta do AI-5, ato que cassou as liberdades individuais durante a ditadura militar.
O placar foi de 12 votos a 5 pelo arquivamento. É a segunda representação contra o deputado que é arquivada. A primeira foi em fevereiro.
Foram protocoladas duas representações no colegiado, uma pela Rede, e outra assinada por PSOL, PT e PC do B, que foi incorporada à primeira.
Em parecer preliminar, o deputado Igor Timo (Podemos-MG) não considerou o caso como quebra de decoro parlamentar. Ele justificou que a conduta do parlamentar se tratou de “fatos atípicos”.
Os deputados ainda podem recorrer ao plenário para pedir nova análise da representação. Se o recurso tiver 51 assinaturas e for aprovado em plenário, o caso volta a ser discutido no Conselho de Ética.
Pedido de vista derrotado
Após um pedido de vista (mais tempo para análise) os deputados da oposição Fernanda Melchionna (PSOL-RS) e Paulo Guedes (PT-MG) apresentaram na sessão de hoje votos em separado para continuidade do processo no colegiado, mas foram derrotados.
“É inadmissível que o Conselho de Ética aprove esse relatório. É uma vergonha com a história da Câmara dos Deputados e do Senado, e com aqueles que viveram a brutalidade do Ato Institucional número”, disse Melchionna.
O deputado Célio Moura (PT-TO) contou que foi preso na ditadura militar e disse que Eduardo não pode usar o “prestígio” do pai para ameaçar a democracia , o estado democrático de direito, pedido o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal.
O deputado Ivan Valente ( PSOL-RJ) ressaltou que as declarações foram graves e que “não foi um ato impensado”.
Defesa
Em sua defesa Eduardo Bolsonaro afirmou que não incitou desrespeito à Constituição , negou mais uma vez que defenda a ditatura e o fechamento do Congresso. Disse também que estava “tranquilo” e criticou o “vale tudo” da oposição.
No final de fevereiro, o conselho arquivou representação protocolada pelo PSL a pedido da deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), que o acusou Eduardo de ter quebrado o decoro ao promover um “linchamento virtual” contra ela, por postagens consideradas “difamatórias e injuriosas” nas redes sociais.
Leia mais no O Globo
Foto: Lula Marques/Fotos Públicas – 30/10/2019