Provável presidente da CPI da covid que será instalada na próxima terça-feira (27), o senador Omar Aziz (PSD-AM) afirmou que a comissão não será “de vingança”, mas para fazer justiça aos milhares de mortos pela doença no Brasil.
Em entrevista ao canal de TV CNN, o parlamentar, que já tem o compromisso de receber os votos de oito parlamentares, dos 11 que compõem o grupo, afirma que o objetivo é saber quais os erros cometidos, que fizeram com que o país se tornasse um dos mais mortais do mundo pela doença.
“Essa CPI não é para se vingar de ninguém. É para que se faça justiça aos mais de 380 mil mortos no Brasil. Vamos saber o que nós erramos para que não tenha mais óbitos no Brasil. Vamos saber o que nós todos deixamos de fazer para que a gente possa evitar o maior número de óbitos. Não é justo e não tem lógica o Brasil, que representa 2,5% da população mundial, ter mais de 26% do obitos no mundo. Ninguém consegue entende isso”, explicou, completando: “Lógico que a CPI vai procurar saber quem são os resposáveis por a gente ter chegado onde chegamos.”
Na entrevista, o senador lembrou que ele próprio teve um irmão, dez anos mais novo, que foi vítima da covid e que, por isso, nunca entraria em uma CPI que funcionasse como palanque político. “O que nós temos é que ver como nós podemos fazer para evitar mais óbitos.”
O senador lembrou que, no início de 2020, o país já tinha conhecimento do que ocorria em outros países meses antes e que, por isso, quer saber por qual razão não foram tomadas medidas como barreiras sanitárias, determinação para uso de máscaras. “O Brasil recebia gente do mundo todo, como se fosse uma gripezinha”, criticou.
Aziz indicou que um dos primeiros convocados para falar na CPI será o ex-ministro Henrique Mandetta, o primeiro a tocar o combate à pandemia no Brasil.
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Ele citou que o objetivo é tentar entender por qual motivo o país não tem vacinas suficientes e, por exemplo, porque não fez a compra de 70 milhões de doses oferecidas pela Pfizer no ano passado.
Ele também afirmou que governadores e prefeitos podem ser convocados ou convidados a falar sobre a situação dos recursos federais repassados aos Estados.
Na entrevista, Aziz também confirmou que, uma vez eleito presidente na próxima terça-feira (27), indicará o senador Renan Calheiros (MDB-AL) como relator da comissão.
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Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado