Uma live marca o lançamento do livro ‘O Festival da Canção de Parintins – por meio das narrativas dos compositores’. O evento ocorre neste sábado, dia 8 de maio, a partir das 10h, no Facebook Editora Valer.
Nesse sentido, a obra de Hiana Magalhães, historiadora e mestre em História Social pela UFAM, é um projeto contemplado pela Lei Aldir Blanc. Ou seja, edital Encontro das Artes, de 2020 da Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa.
Sobretudo, a obra nasceu de uma dissertação, é norteada pela História Oral. Com isso, traz uma importante contribuição de um acontecimento, esquecido da histórica Ilha de Tupinambarana – O Festival da Canção de Parintins.
O festival que teve vida curta, mas que marcou profundamente os artistas da época. Nesse sentido, pontuou o direcionamento para a música feita em Parintins, que circula pelo mundo.
Então, o evento contará com a participação do professor Glauber Biazo, doutor em História Social; Dori Carvalho, poeta e cronista e Jéssica Dayse Matos Gomes, historiadora mestre e doutoranda em Sociedade e Cultura.
Proposta
Ao mesmo tempo, Hiana Magalhães explicou que o tema tem como proposta perceber a importância desses festivais de música na cidade de Parintins/interior Amazônico.
Ao passo que, a autora ressalta no livro quais as principais reivindicações dos narradores e quais os significados que atribuem a sua participação na produção cultural regional. Além disso, na cena cultural do Norte do país.
Assim como, percebe as relações entre memórias construídas, identidades defendidas por estes narradores que são os próprios compositores nas entrevistas e em suas canções.
Como resultado, traz ainda a cena musical da MPB dos anos, 1970 e 1980, como uma forte influência na construção artística dos compositores entrevistados.
Um pouco sobre a história do Festival
Parintins na década de 80, já era reconhecida pelo Festival Folclórico dos bois bumbás Garantido e Caprichoso. Ou seja, sempre vista como “a festa maior” no município, dispondo de recursos financeiros vindos do governo do estado.
Percebendo que o contexto da época, os incentivos à cultura dependiam desse vínculo com a política tradicional e seus representantes. Assim, favoreciam as manifestações artísticas antigas e consolidadas aos grupos políticos dominantes da cidade.
Concomitante aos grandes festivais de música brasileira e ao Festival Folclórico dos bois-bumbás, surgiu o ‘Festival da Canção de Parintins’, o Fecap.
O festival foi organizado com a intenção de alavancar o cenário cultural parintinense. Dessa maneira, proporcionou ambiência na cidade e efervescência crítica e política aos artistas que participaram, imprimindo inovação nas suas produções musicais.
Fontes orais
Na obra, as fontes orais utilizadas são dos compositores Fred Góes, José Carlos Portilho, Inaldo Medeiros, Tony Medeiros e Paulinho Dú Sagrado. Além deles, Erivaldo Maia que na época foi um dos produtores Executivos do Fecap, junto com o Jornalista Nelson Brilhante.
“Estas fontes orais, constituídas por meio das narrativas que são o grande aparato da dissertação, agora transformada em livro”, explicou a autora.
“Agradeço imensamente aos meus colaboradores e gostaria de dedicar este lançamento, in memorian, ao compositor José Carlos Portilho, recentemente falecido por covid”, disse a autora.
Sobre a autora
Hiana Rodrigues da Silva Magalhães nasceu em Parintins. Estudou no ensino público no colégio Araújo Filho, Brandão de Amorim, Senador Álvaro Maia, e Colégio Nossa Senhora do Carmo, no curso de magistério.
No ensino Superior, cursou na Universidade Estadual do Amazonas-CESP/Parintins, Licenciatura em História, no ano de 2010. Em Manaus pela Ufam/No programa de pós-graduação PPGH cursou Mestrado em História Social. Entre 2017 e 2019.
Para o orientador de Hiana, professor Glauber Biazo, as linhas escritas por Magalhães fluem como o Amazonas. Cuidadosamente levam leitoras e leitores a atracarem na Ilha Encantada, conhecida como a Capital Mundial do Folclore.
Segundo o professor, o registro histórico que agora vem a público é fruto de uma investigação atenta e criteriosa.
Glauber Biazo é Doutor em História Social pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP).
Professor de Teoria da História do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Amazonas. Pesquisador do Laboratório de História Oral e Audiovisual do Amazonas (LABHORA-AM/UFAM).
Participantes
Entre os participantes da live deste sábado, além do professor Glauber, está a historiadora mestre e doutoranda em Sociedade e Cultura Jéssica Dayse Matos Gomes. Ela comentou a importância do lançamento desta obra.
“Na contemporaneidade, não tem como falar de Parintins sem sua cultura musical. Suas toadas que são as condutoras, as essências da festa de boi-bumbá que ganhou o mundo”.
As influências do FECAP realçaram o compromisso da obra do compositor com o contexto sociocultural que vivenciamos.
As toadas não tem só letra e música, mas reinvindicações, críticas, memórias e identidades. São de suma importante para o meio social parintinense e para além dele.
Foto: Divulgação