Ianomâmis denunciam ação truculenta do Exército contra indígenas

O Exército nega má conduta, mas afirma que investigará a acusação

Ferreira Gabriel

Publicado em: 13/05/2021 às 16:03 | Atualizado em: 13/05/2021 às 16:03

Em carta ao Exército e ao Ministério Público Federal, duas associações ianomâmis exigem a saída do comandante do 5º PEF (Pelotão Especial de Fronteira).

De acordo com a denúncia, os militares agem de forma autoritária contra os indígenas. Por outro lado, o Exército nega má conduta, mas afirma que investigará a situação.

O documento, de 2 de maio, acusa o tenente Castilho de entrar em aldeias com homens armados sem autorização das lideranças. Além disso, ele tem submetido indígenas a revistas truculentas e de ameaçar atirar contra ianomâmis.

O PEF está localizado ao lado da comunidade Maturacá (AM), na Terra Indígena Ianomâmi.

“O ápice desta postura autoritária e truculenta aconteceu quando os nossos guerreiros ianomâmis estavam retornando da caçaria trazendo as caças já defumadas e acomodadas, como manda nossa tradição cultural para a festa da banana. O mesmo deu um grito forte dando ordens para que a embarcação parasse, para os seus soldados abrirem os volumes que ali estavam e fosse feita a fiscalização.”

Exército

Em resposta via assessoria de imprensa, o Comando Militar da Amazônia (CMA) afirmou que a denúncia “causa estranheza” e que o tenente Castilho exerce a função há 15 meses sem ter sido questionado pelos ianomâmis.

Por outro lado, a nota afirma que “todos os esforços estão sendo envidados para apurar rigorosamente o descrito no documento das associações indígenas”.

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