Governador do Amazonas, secretário e empresários são alvos de ação da PF

Ação policial acontece no mesmo dia em que o STJ marcou sessão para julgar denúncia da PGR contra o governador, seu vice e mais 14 pessoas

Governador do Amazonas

Aguinaldo Rodrigues, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 02/06/2021 às 06:58 | Atualizado em: 04/06/2021 às 08:34

A Polícia Federal realiza nas primeiras horas da manhã desta quarta, 2 de junho, uma ação em Manaus. O alvo são endereços do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), do secretário de Saúde, Marcellus Campelo, e de empresários (*).

A informação é confirmada por fonte confiável do BNC Amazonas. Não há, contudo, maiores detalhes da operação até este momento.

Em instantes, novas informações serão disponibilizadas.

Superior Tribunal de Justiça (STJ) julga hoje (2) se recebe ou não denúncia criminal contra Lima e seu vice-governador, Carlos Almeida Filho (PSDB).

Eles são acusados de cometer crimes na compra de respiradores na primeira onda da covid, em 2020. 

Lima e Almeida Filho foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Além deles, o secretário-chefe da Casa Civil do Amazonas, Flávio Antony Filho, o ex-secretário da Saúde Rodrigo Tobias e outras 14 pessoas, entre empresários e servidores públicos.

De acordo com a PGR, a investigação começou ainda em 2020, depois que 28 respiradores foram comprados em uma loja de vinhos. 

(*) A participação de deputados estaduais entre os alvos da operação não foi confirmada posteriormente em nota oficial da Polícia Federal.

Leia mais

Governador do AM e mais 18 denunciados ao STJ após visita de Bolsonaro

Caso o STJ acolha a denúncia, governador e vice, além dos outros servidores, poderão ser afastados dos cargos. A denúncia pode ser recebida integral ou parcialmente, com o STJ tornando réus e/ou afastando apenas parte dos acusados.

Segundo a subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo, que assina a denúncia, instalou-se no governo do Amazonas “uma verdadeira organização criminosa que tinha por propósito a prática de crimes contra a Administração Pública, especialmente a partir do direcionamento de contratações de insumos para enfrentamento da pandemia, sendo certo, que, em pelo menos uma aquisição, o intento se concretizou”. 

A PGR calcula que o grupo tenha causado prejuízo aos cofres públicos de pelo menos R$ 2,2 milhões, e pede o pagamento de indenização de igual valor e a perda dos cargos públicos. Além disso, pede pagamento por danos morais coletivos no valor de R$ 191,8 mil.

Em junho do ano passado, o Ministério Público Federal e a Polícia Federal cumpriram buscas e apreensões em 14 endereços de pessoas ligadas ao governador do Amazonas.

As medidas foram determinadas pelo ministro Francisco Falcão, do STJ, e incluem o bloqueio de bens no valor de R$ 2,9 milhões.

Leia mais no portal da CNN Brasil.

Foto: BNC Amazonas