Caça-robôs descobre origem de ataques bolsonaristas à chefia da CPI
Os alvos preferenciais eram o relator Renan Calheiros (MDB-AL), o presidente Omar Aziz (PSD-AM) e o vice, Randolfe Rodrigues (Rede-AP)
Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 09/06/2021 às 11:32 | Atualizado em: 09/06/2021 às 11:32
Caça-robôs descobriu a origem de ataques bolsonaristas à chefia da CPI da covid. Essa é uma ferramenta que utiliza Inteligência artificial para identificar contas inautênticas.
Como resultado, detectou que até 78% dos ataques eram artificiais, ou seja, partiam de contas que não tinham um ser humano por trás. Como informa o G1.globo.
A princípio, sem maioria na CPI, o governo Jair Bolsonaro contava com sua máquina de moer adversários nas redes sociais para intimidar senadores de oposição.
Por exemplo, os alvos preferenciais eram o relator Renan Calheiros (MDB-AL), o presidente Omar Aziz (PSD-AM) e o vice, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
A primeira ação ostensiva das chamadas milícias digitais foi promover uma campanha no Twitter com a hashtag #renanvagabundo. Mas o tiro saiu pela culatra.
Leia mais
Deputado do AM defende pesquisador de ataques de bolsonaristas na CPI
Tática bolsonarista
Além disso, segundo a reportagem, é ingenuidade acreditar que todos os ataques aos senadores contrários ao governo partem de robôs.
Mas é fato que a tática bolsonarista de manipulação das redes sociais, de fazer uma onda parecer tsunami, está ficando manjada.
Por isso, até senadores com pouca intimidade com o mundo digital começam a perceber que há algo estranho no ar:
“Rapaz, eu clico no treco e o desgraçado tem um, dois seguidores e tá lá me xingando. Às vezes nem seguidor tem e vem perturbar na minha rede”, explica, a seu jeito, Omar Aziz.
Renan foi o primeiro a perceber o risco que a estratégia bolsonarista apresentava para o G7 e estimulou sua equipe a compartilhar os dados de “caças robos” com outros senadores.
Leia mais
PF aponta uso de robôs nas redes sociais bolsonaristas
Pesquisa acadêmica
A responsável pelo trabalho é a jornalista Izabelle Torres, que desenvolve há dois anos pesquisa acadêmica sobre o comportamento dos robôs no Brasil e a influência deles na opinião pública.
O sistema que ajuda a CPI foi desenvolvido com base no trabalho realizado por pesquisadores da Universidade de Indiana.
Os padrões brasileiros de uso de rede foram definidos após a análise de 20 mil contas ativas nos últimos anos.
Com o caça-robôs que descobre ataques bolsonaristas, o vice-presidente da CPI afirmou: “Posso garantir que, hoje, nenhum dos senadores do G7 se sente intimidado por ataques virtuais”,
Leia mais sobre o assunto no G1.
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado