A maioria dos brasileiros que já votaram utilizando cédulas de papel tem pouca confiança nesse sistema: cerca de quatro em cada dez dizem não confiar ou confiar pouco, revelam dados de pesquisa CNT/MDA divulgada nesta segunda-feira (05).
O levantamento ouviu 2.002 pessoas em 137 cidades entre os dias 1º e 3 de julho. A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos para mais ou para menos.
Desse público, 45,5% (cerca de 910 pessoas) disseram que já votaram em “eleições realizadas por meio de voto em papel”. Para essas pessoas, os entrevistadores perguntaram, então, o “grau de confiança” nos votos em papel utilizados no passado.
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As respostas foram:
Confiança elevada: 18,6% Confiança moderada: 31,1% Confiança baixa: 24,8% Sem confiança: 20,3% Não sabem ou não responderam: 5,2%
O levantamento ainda aponta que a maioria dos eleitores acredita que o voto nas urnas eletrônicas é mais seguro.
Percentual que acredita que o voto em papel pode ser mais seguro que por meio de urnas eletrônicas:
Não, voto nas urnas eletrônicas é mais seguro: 60,2% Sim, voto apenas no papel é mais seguro: 32,1% Não sabem ou não responderam: 7,7%
Os pesquisadores também questionaram o eleitorado sobre o grau de confiança nas urnas eletrônicas utilizadas no Brasil. Cerca de seis em cada dez eleitores têm ao menos confiança moderada. Confira os resultados:
Confiança elevada: 32,9% Confiança moderada: 30,8% Confiança baixa: 15,8% Sem confiança: 18,7% Não sabem ou não responderam: 1,8%
Bolsonaro quer papel
Na pesquisa CNT/MDA, 58% dos 2.002 entrevistados manifestaram-se “a favor das urnas com impressão do voto, pois vai gerar mais confiança nos resultados”.
Já 34,9% são “contra as urnas com impressão do voto, pois o sistema atual já funciona bem”. Outros 7,1% não sabem ou não responderam.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem feito campanha para que a próxima eleição utilize voto em papel junto com o eletrônico. Sem apresentar provas, Bolsonaro alega que há risco de fraude na eleição eletrônica, algo que nunca foi comprovado desde o início da utilização do sistema eletrônico no Brasil, em 1996.
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O TSE (Tribunal Superior Eleitoral), por sua vez, aponta que o risco de fraude existe justamente com o voto em papel. Presidentes de 11 partidos já fecharam questão contra o voto impresso. O tema está em debate na Câmara dos Deputados.
Com base em sua tese sem prova, Bolsonaro já admitiu a possibilidade de não entregar a faixa presidencial em 1º de janeiro de 2023.
A pesquisa também questionou a respeito da aceitação do resultado das urnas pelos candidatos. 55,4% dizem acreditar que os derrotados não aceitarão o resultado final.
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Foto: reprodução