Ao fim de entrevista que concedeu ao BNC na sexta-feira, dia 30 de setembro, o procurador Regional Eleitoral do Amazonas, Victor Riccely, usou uma palavra que traduz fortemente o que aconteceu no espaço virtual das eleições em Manaus. Essa palavra chama-se “faroeste”.
E foi exatamente isso que aconteceu. A internet na capital amazonense, não diferentemente do que aconteceu em outras partes do país, se transformou em terra sem lei, ou melhor, um lugar onde a lei é não ter regra.
O que aconteceu na propaganda regular, na mídia tradicional de rádio e TV, não traduz um tímido eco da baixaria que revirou a vida pessoal dos candidatos mais bem posicionados na disputa nem dá noção do anonimato e perfis “fakes” que encorajam comentários ofensivos.
“Um mundo desconhecido”, conforme definiu o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM), Yedo Simões, e acrescentou, também em entrevista ao BNC , que a Justiça Eleitoral não possui uma regulamentação que abarque a questão da internet, “que possa combater os excessos”.
“Nós sabemos que esse é um ponto a ser trabalhado para as próximas eleições. Neste momento, estamos fazendo o que dá para fazer”, lamentou.
O juiz Marcelo Manoel da Costa, que preside as eleições deste ano na capital, concorda com Simões, reconhecendo que é “impossível colocar no universo virtual a possibilidade de controlar toda e qualquer informação” porque a origem da mensagem é desconhecida.
Ele, porém, acha que esse controle por ser feito pelo próprio eleitor, ao não levar a sério nem dar credibilidade a notícias espúrias.
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Para o procurador Victor Riccely, o que está ocorrendo hoje na internet é consequência das novas regras eleitorais que não permitem mais o financiamento de campanha.
Com isso, comentou, “os candidatos tiveram que encontrar mecanismos mais baratos, mais céleres, com maior difusão, a fim de apresentarem suas propostas e a internet se consolidou, nessas eleições, como o mecanismo mais ágil para tanto”.
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Arte: BNC /imagem reproduzida da internet
