Deputado amazonense é único a integrar Conselho de Ética da Câmara dos Deputados
Fausto Jr. assume vaga no Conselho de Ética como único representante do Amazonas na Câmara.

Antônio Paulo, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 01/07/2025 às 18:59 | Atualizado em: 01/07/2025 às 20:53
O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, da Câmara dos Deputados, retoma suas atividades com a eleição de uma nova diretoria. E o estado do Amazonas ganha destaque com a presença do deputado federal Fausto Jr. (União-AM) como o único representante da bancada amazonense no colegiado.
Ao considerar o Conselho de Ética como órgão crucial para a integridade legislativa, Fausto Jr. enfatizou a importância de sua função:
“É uma honra integrar o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados. Nosso dever é zelar pela seriedade da atividade legislativa e garantir que o mandato parlamentar seja exercido com respeito, transparência e compromisso com a população brasileira”, declarou o parlamentar.
Desse modo, Fausto Jr. asseguera que sua presença neste importante colegiado garante que as questões éticas e o decoro parlamentar na Câmara dos Deputados sejam observados também com a perspectiva e o compromisso de um representante do Amazonas.
Eleição
O colegiado também elegeu seu novo presidente para um mandato de dois anos: o deputado Fábio Schiochet (União-SC).

A eleição de Schiochet mantém a presidência do Conselho com o partido União Brasil, sucedendo o deputado Leur Lomanto Júnior (União-BA).
Schiochet, que já atuou como secretário de Comunicação da Câmara entre 2019 e 2020 e presidiu outras comissões, afirmou que a cassação do voto popular é o “pior momento” para o Conselho.
No entanto, ele foi firme ao declarar que “não podemos admitir que a nossa democracia, que o nosso respeito e que esta Casa sejam atacadas por parlamentares que fazem parte desse contexto”.
Atribuições
O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar foi criado em 2001 pela Resolução nº 25. Ele é o órgão responsável pelos procedimentos disciplinares e pela aplicação de penalidades em casos de descumprimento das normas relativas ao decoro parlamentar na Câmara dos Deputados.
Composto por 21 membros titulares e igual número de suplentes, o Conselho tem como atribuições zelar pela observância dos preceitos éticos, cuidar da preservação da dignidade parlamentar e responder a consultas sobre matérias de sua competência.
O Conselho atua mediante provocação da Mesa Diretora da Câmara para a instauração de processo disciplinar, e representações podem ser requeridas por deputados, comissões, cidadãos em geral, e partidos políticos. Suas decisões podem resultar em punições como a suspensão e a perda do mandato parlamentar.
Representações
Nos últimos dois anos, a gestão anterior do Conselho analisou 35 representações contra parlamentares, concluindo todos os processos sem deixar pendências para a nova gestão. Recentemente, o Conselho aprovou a suspensão cautelar do mandato do deputado Gilvan da Federal (PL-ES), por três meses, em maio deste ano.
Gilvan foi alvo de uma representação, apresentada pela Mesa Diretora da Casa, por quebra de decoro parlamentar por ofensas direcionadas à ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT-PR). A ação também o acusa de confrontar verbalmente o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), esposo de Gleisi, durante uma reunião na Comissão de Segurança Pública.
Em abril, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou, por 13 votos a 5, o pedido de cassação de Glauber Braga (PSOL-RJ). O deputado é acusado de empurrar e expulsar um integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) do Congresso Nacional em abril de 2024.
Na ocasião, Glauber e o influenciador identificado como Gabriel Costenaro discutiram dentro da Câmara. O deputado expulsou Costenaro do prédio com empurrões e chutes, com a confusão se arrastando até a rua.
Agora, cabe ao plenário da Casa decidir pela perda ou não do mandato do parlamentar. Ainda não há data para a análise da matéria.
Assassinato de Marielle
Por fim, chegou ao Conselho de Ética o caso do deputado Chiquinho Brazão (sem partido/RJ). Ele é um dos réus acusados de atuar como mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018.
Mas, em vez de realizar o julgamento do parlamentar, foi a mesa Diretora da Câmara dos Deputados quem declarou a perda do mandato de Chiquinho Brazão.
A decisão foi justificada com base no artigo da Constituição que determina a perda do mandato do parlamentar que “deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa”. Atualmente, não há nenhuma representação pendente de análise.
Fotos: divulgação