Da dança de roda ao maior espetáculo de cirandas do país

No Amazonas, a ciranda chegou com os nordestinos que vieram trabalhar nos seringais na segunda metade do século 19 e na primeira década do século 20.

Da dança de roda ao maior espetáculo de cirandas do país

Por Dassuem Nogueira, especial para o BNC Amazonas

Publicado em: 31/08/2023 às 09:23 | Atualizado em: 31/08/2023 às 09:23

O Festival de Cirandas de Manacapuru tornou-se um dos eventos mais esperados do ano no calendário de festas do estado. Também é a identidade cultural do município e um dos cartões de visita do Amazonas.

Neste ano, acontecerá nos dias 1, 2 e 3 de setembro.

Mas, como uma dança de roda transformou-se em espetáculo grandioso?

O folclorista Câmara Cascudo afirma que a ciranda brasileira veio de Portugal. No Brasil, ela se converteu em dança de roda para crianças.

No Amazonas, a ciranda chegou com os nordestinos que vieram trabalhar nos seringais na segunda metade do século 19 e na primeira década do século 20.

Aqui, a dança se transformou em dança dramática, na qual os personagens faziam encenações jocosas de suas realidades. Desse modo, uma brincadeira de adultos.

Mas foi em Tefé (AM) que ela se consolidou como uma dança popular. A cidade, a 200 quilômetros de Manacapuru, foi a primeira a ser conhecida como a Terra das Cirandas. As duas cidades estão localizadas no médio rio Solimões.

Antes, a ciranda, como tal, rodou em Manaus, motivada pela criação do Festival Folclórico do Amazonas, na década de 1960. Até que chegou a Manacapuru, por volta de 1980.

Os professores José Silvestre do Nascimento e Souza e Maria do Perpétuo Socorro de Oliveira são referência na organização de cirandas em Tefé e em Manaus. Por esse motivo, eles foram convidados pelo então prefeito Pedro Rates para implementar a dança nas escolas de Manacapuru.

Fonte: Festas Amazônicas, Wilson Nogueira, 2008.

Foto: reprodução/ede social