Pré-candidata a deputada federal, a ex-senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) avalia que o ambiente que ajudou a eleger Bolsonaro em 2018 mudou hoje no país.
“Eram machistas, violentos, que achavam que tudo se resolve com arma. Em 2018, eles sentiram um terreno fértil, não vão mais sentir”, comentou.
Ela disse isso em entrevista ao BNC AMAZONAS. Para a ex-parlamentar, os quase quatro anos de Bolsonaro mostraram que a esquerda tinha razão quando dizia que o impeachment de Dilma seria um golpe contra os trabalhadores.
“De lá para cá, o que a gente vê são pessoas empobrecendo, são as pessoas que perderam o seu trabalho e, as que não perderam, tem seu trabalho de forma precarizada”, acrescentou.
Assim, Vanessa acredita que o novo ambiente político do país é favorável à esquerda.
“Nós vamos voltar ao poder. Quando digo nós, eu tenho muita fé, tenho muita esperança, que a gente consiga eleger a Presidência da República de volta, que a gente consiga fazer uma bancada forte e firme”.
Nesse sentido, ela prevê que Lula deve vencer no Amazonas, onde o PT perdeu em 2018, com Fernando Haddad.
“O lula ganha no estado como um todo”, disse.
Crítica à bancada do Amazonas
Nessa entrevista, a ex-senadora criticou também a bancada do Amazonas no Congresso Nacional. Ela fez isso ao falar dos constantes ataques que a Zona Franca de Manaus vem sofrendo no governo Bolsonaro.
Para ela, há subserviência, falta de tempero e de diversidade na representação do estado em Brasília.
“Com algumas exceções, mas eu vejo uma certa subserviência. Uma hora você tem ser duro contra o presidente”, disse acrescentando:
“Falta tempero, falta garra e mulher. Disso eu não tenho dúvida, uma bancada que não tem nenhuma mulher, isso é complicado. Nós somos mais da metade do eleitorado”, provocou.
Senado
Vanessa comentou também a possibilidade da esquerda no Amazonas apoiar a candidatura do senador Omar Aziz à reeleição, mesmo ele sendo do PSD, partido que não compõe a federação da qual ela pertence.
“O senador Omar já declarou apoio ao Lula. Aliás, o Lula esteve aqui, recentemente, e lá nós vimos três partidos recebendo o presidente Lula: o próprio partido do presidente Lula, o PCdoB e o PSD de Omar. Então, o Omar tem feito muito a defesa programática do Lula, foi muito corajoso na CPI (da pandemia), cumpriu um papel muito importante. Ele enfrentou de cara. E não seria fácil enfrentar naquele momento. E isso é importante”.
Amazonino na esquerda
A ex-senadora comentou ainda a hipótese da esquerda ter Amazonino Mendes (sem partido) como candidato a governador em 2022.
Essa possibilidade é levantada porque houve, segundo Vanessa, aproximação de Amazonino ao PV.
Mas ela evitou se aprofundar no assunto.
“De fato, eu tenho informação de que isso não é só uma especulação. É uma possibilidade, mas é muito cedo para fazer uma análise. Vamos esperar. A água ainda está muito misturada”.
Assista à entrevista
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