Pupilo de Jefferson Peres é pré-candidato ao Senado no AM
Christian Rocha é jurista e presidente do Instituto Nacional Afro Origem (Inaô)

Gabriel Ferreira, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 18/04/2022 às 13:16 | Atualizado em: 18/04/2022 às 13:16
Atuante há mais de 20 anos no movimento negro no Amazonas, o jurista e presidente do Instituto Nacional Afro Origem (Inaô), Christian Rocha (PSB), 41, é pré-candidato ao Senado, pelo Amazonas nas Eleições de 2022.
Ao BNC Amazonas, Rocha disse que teve como mentor, o ex-senador Jefferson Peres (falecido em 2008), e a pedido dele resolveu entrar na política disputando o cargo de deputado estadual no ano de 2006, filiado ao PDT.
Das lembranças da amizade com Peres, o pré-candidato ao Senado recorda que todos os anos, o ex-senador telefonava no dia do seu aniversário para parabenizá-lo.
Das últimas lembranças, Christian Rocha contou que no velório de Jefferson Peres, “o que mais me comoveu, foi quando a segurança me proibiu de chegar perto, e a sua esposa, disse: Deixa ele passar, ele era amigo do Jefferson”.
São com essas memórias e valores aprendidos com o ex-senador da República, que Rocha revelou porque decidiu colocar o nome a disposição do eleitorado amazonense neste ano.
“Nossa decisão é baseada na realidade brasileira e visto na sua prática amazonense, não se ver o combate à desigualdade social, não se vê o compromisso, em combater nenhum tipo de preconceito”.
De acordo com ele, os políticos no Amazonas levantam outras bandeiras, mas esquecem da causa negra. “Levantam bandeiras como do empresariado, da polícia, da Igreja, do Judiciário, e não se ver da causa negra, por isso que os projetos de Lei, não há espaço para a causa negra, que sofre na segurança, saúde e educação”.
Filiado ao PSB, presidido no Amazonas pelo deputado estadual Serafim Corrêa, o líder do movimento negro define o partido como uma escola política respeitada.
Para ele, “Serafim Corrêa, respeita as causas sociais e vejo que é possível debater essa temática dentro do PSB que sempre procurou debater”.
Com três disputas de eleições no currículo, Christian Rocha declarou ter experiência com realização de “trabalhos e ações, mais do que todos os vereadores juntos, quando levamos para o lado de estar no poder e de nós que nunca estivemos”.
Rocha diz que não leva em consideração homenagens recebidas como ativista da causa negra, mas sim “os trabalhos sociais e de conscientização nas periferias e nos municípios. Temos projetos de leis apresentados”.
A frente do Inaô, o pré-candidato disse ao BNC Amazonas que o movimento possui vínculo com a comissão de direitos humanos do senado.
Para ele, “não é a cor da pele que nos impulsionou a tentar galgar tal cargo e sim a capacidade a experiência de vida. Eu sou o único que pode quebrar a Oligarquia e trazer à tona a realidade da política Amazonense e suas mazelas”.
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Representação e luta
“Mágica e grandiosa”! Assim define Christian Rocha sobre a sua representatividade como homem negro na disputa ao cargo de Senador da República pelo Amazonas.
“De uma responsabilidade sem tamanho, porque nunca tivemos nenhuma representação no Amazonas, e não estamos interessados em brigar com poderosos, mas o momento delicado, fortalece a ideia da construção para o senado, pois você ver um cacique querendo voltar a qualquer custo, que desrespeita um procurador, um governador, imagina o que não vai fazer?”
Conforme o pré-candidato ao Senado, “política é a união de todos por um bem coletivo”.
Propostas
O pré-candidato apresentou algumas propostas caso seja eleito senador do Amazonas.
“Essencialmente combater as desigualdades, apresentando projetos de Lei e destinando verbas através das emendas parlamentares para enriquecer o conhecimento nas comunidades; criar mecanismos que qualifique a mão de obra, pois política pública não é só polícia na favela, é educação, é saneamento básico, pois buscamos o senado para atender as demandas municipais, estaduais e federais”.
Conforme Rocha, “os municípios precisam se desprender do orçamento apenas da prefeitura, o turismo não possui espaço para os municípios e isso afoga a zona franca. Nossos irmãos dos municípios buscam melhorar de vida em um lugar que é refém de todo governo que entra. Não aceitar os benefícios é um caminho, o desemprego aumentou com a Pandemia, e não se pode cometer a imoralidade de aumentar salário”.
Foto: Divulgação