‘Bancada Ambiental’ entra na disputa por vaga de vereador na Câmara de Manaus

O objetivo é horizontalizar o poder político legislativo

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 16/07/2024 às 05:25 | Atualizado em: 16/07/2024 às 05:30

Filhos e netos de seringueiros, cientistas, ex-operário industrial, educadores, servidores públicos e defensores do meio ambiente em Manaus decidiram unir forças e entrar na corrida eleitoral por uma vaga de vereador na Câmara Municipal de Manaus (CMM).

Dessa forma, eles lançam nesta quarta-feira, 17, às 9h, no Dia de Proteção às Florestas, a pré-candidatura coletiva “Bancada Ambiental”.

Assim, formada por 11 membros e vinculado à Federação PSOL e REDE, o grupo tem como objetivo principal fazer política de modo participativo no Legislativo. Sobretudo, o foco será na proteção da natureza.

Em meio à crise climática que assola o mundo, eles prometem levar à CMM um novo regime de políticas públicas ambientais fundamentais para o futuro da capital da Amazônia.

Nesse sentido, o presidente estadual da REDE, ativista ambiental e líder comunitário Gilberto Ribeiro é quem vai representar a bancada coletiva na urna eletrônica.

Ex-operário do Distrito Industrial, ele tem no currículo feitos em defesa de ecossistemas urbanos como a criação da Praça das Flores e a proteção do Igarapé do Gigante, afluente do Tarumã-Açu.

Além disso, ele também é vice-presidente do Comitê das Bacias do Tarumã-Açu e membro do Fórum das Águas, da Associação dos Movimentos Ambientais do Amazonas (AMA) e do Coletivo Todos pelo Gigante.

Conforme Ribeiro, o objetivo é horizontalizar o poder político legislativo.

Hoje quando você elege um vereador, apesar de ser eleito pela coletividade, a participação coletiva quase inexiste. Quem decide sobre projetos de lei e votações é o vereador sozinho lá no gabinete dele. A bancada coletiva terá ampla participação, afirmou.

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Pré-candidatos

Junta-se à lista de pré-candidatos:

  • a engenheira florestal e pesquisadora da Ufam Ana Paula Paiva. Esta é servidora do Idam e especialista em sistemas de produção, agroecologia e agrofloresta;
  • a administradora, especialista em gestão ambiental e educadora ambiental Fátima Barbosa;
  • advogado ambiental Felipe Carvalho;
  • o estudante e fundador do Parada Ambiental Tom Nascimento;
  • além de nomes como o servidor público e militante Jossimar Ferreira;
  • o indígena Lázaro Mura
  • e os ativistas Eulália e Jardel Vasques Vieira, Francisco Lira e Valeria Pedrosa.

Da esquerda para direita: apoiador, Lázaro Mura, Fátima Oliveira, Gilberto Ribeiro, Ana Paula Paiva, apoiador, Eulália Vasques Vieira, apoiadoras, Jardel Vasques Vieira, apoiadores, Jossimar Ferreira e Tom Nascimento

Candidatura coletiva

Mesmo sem regulamentação no Brasil, as candidaturas coletivas vêm ganhando espaço nos parlamentos e, como o próprio nome diz, possui um modo de gestão colaborativo, onde os membros participam de debates e plenárias, integram comissões nas casas legislativas e têm influência direta nas decisões e no voto final do representante da bancada. Se a candidatura coletiva for eleita, tal representante é quem toma posse nominalmente.

Foto: Fátima Oliveira