Foi aliança de uma eleição só

Ex-vice-governador é tratado no Governo Wilson Lima como palavra que suscita ideia de desgraça

Foi aliança de uma eleição só

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 18/03/2024 às 06:47 | Atualizado em: 18/03/2024 às 11:23

O destino pôs em mesmo local na sexta-feira, 15/03, dois políticos que tiveram uma aliança meteorológica, que experimentaram os extremos de uma relação.

Os personagens de enredo político, com lances de tramas são o governador Wilson Lima (União) e o ex-vice-governador Carlos Almeida (candidato a petista, rejeitado na legenda).

Eles se aproximaram no verão de 2018 e no inverno de 2020, já não se falam mais.

Foi aliança de uma eleição só.

Estreantes, Wilson e Carlos venceram as eleições aos cargos mais importantes do Estado.

Wilson, então sem experiência, dividiu a proa de seu mandato com Carlos, que já mexia com o serviço público.

Mas a experiência fracassou. Carlos, ao fim do primeiro ano da gestão da dupla, em 2019, responsável pela relação com a Assembleia Legislativa do Estado (ALE-AM), já deixava o Parlamento hostil a Wilson.

E isso não demorou a aparecer. Mal começava 2020 e a ALE-AM armava uma dúzia de pedidos de afastamentos do governador.

A hostilidade dos deputados se confirmou com a pandemia.

Com isso, Carlos Almeida passa a ser um nome indizível no atual Governo. Assim sendo, vira sinônimo de desgraça para os aliados de Wilson.

Ao fim de 2020, Wilson tinha contra si pesquisas apontando que 90% dos amazonenses o desaprovavam.

Pior: os dados também mostravam que menos de 5% o queriam reeleito.

Com isso, Carlos Almeida foi posto de fora, perdeu até o gabinete e os mimos do cargo.

Depois disso, Wilson Lima assume totalmente as relações políticas de seu governo e reconstrói a ponte com os outros poderes e órgãos.

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Reencontro

Depois de tudo isso, Wilson e Carlos nunca mais sequer se entreolhavam.

Na sexta, de manhã, as linhas de seus caminhos se encontraram.

Eles se toparam na posse do defensor Rafael Barbosa, na chefia da Defensoria Pública do Amazonas.

Testemunha da topada, o sucessor de Carlos, na vice-governadoria, Tadeu de Souza, provocado pelo BNC, definiu o que ele viu em três palavras: “Desanuviados e feridas cicatrizadas”.

Foto: colaboração com o BNC Amazonas