O marketing da lacração
Entre o velho marketing e o novo, que acontece na internet, especialmente nas redes sociais, há diferenças substanciais

Neuton Corrêa, do BNC Amazonas
Publicado em: 15/04/2024 às 10:25 | Atualizado em: 15/04/2024 às 11:24
A campanha política 2024, oficialmente, ainda não começou, mas já traz uma novidade. Esta é o marketing da lacração.
Tal qual o marketing que se conhece pelo conceito de Philip Kotler, o objetivo da lacração é conquistar corações e mentes.
No entanto, entre o velho marketing e o novo, que acontece na internet, especialmente nas redes sociais, há diferenças substanciais.
Enquanto o primeiro estuda necessidades e cria mecanismos para satisfazê-los, o outro se dá no raso, na superficialidade.
Neste fim de semana, Manaus pôde ver um exemplo desse “me filma que eu encerro a discussão”.
Literalmente, veio como um lixo que sujou tanto quem criou a sujeira quanto quem tentou limpá-la ou reciclá-lá.
Justo o lixo que é um problema da humanização, um problema da solução da vida em sociedade.
Logo, não é uma faxina de sábado que irá resolvê-lo.
Ao contrário, da forma como foi tratada, a discussão empobrece.
Por outro lado, tenta jogar para debaixo do tapete a conduta de quem nunca passou uma vassoura na consciência.
Basta indagar a si próprio: o que eu fiz para limpar a cidade? Como vereador, quantos projetos fiz para ajudar a cidade a ficar limpa? Como deputado, quantos caminhões de lixo destinei em emendas para minha cidade?
Nessa lacração, o lixo maior exposto, talvez, seja o do oportunismo, da pressa de quem não faz nem termina o que promete.
O lixo do estelionato político se amontoa e cheira tão mal quanto a irresponsabilidade e o consumismo que faz acumular descartes de toda ordem.
Leia mais
A geração política da lacração
Arte: Gilmal