Advogados da coligação do governador e candidato à reeleição Amazonino Mendes (PDT) entregaram ao presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM), desembargador João Simões, uma notícia-crime e um pedido de cassação do registro ou do diploma do candidato Wilson Lima (PSC) e seu vice, Carlos Almeida (PRTB), por compra de votos.
O fato acontece a 8 dias do segundo turno das eleições para governador do Amazonas.
A notícia-crime envolve a prisão de Diellison Wendel Alves Pinheiro, “o Didi”, acusado de comandar o tráfico de drogas em Codajás. Ele foi preso na sexta-feira, dia 19, com a quantia de R$ 17 mil em espécie e duas armas. Em depoimento aos policiais, Diellison confessou que parte do dinheiro seria utilizada para comprar votos em favor de Wilson Lima, candidato ao Governo do Estado.
“Chegou ao nosso conhecimento que na operação em que foi presa uma delegada por corrupção, envolvimento por tráfico, no município de Codajás, um dos traficantes confessou que tinha dinheiro para comprar votos em prol de Wilson Lima. Pedimos que o fato seja investigado pela Polícia Federal, Ministério Público Federal, e pedimos que a própria Justiça Eleitoral pudesse tomar as medidas necessárias para coibir essas atitudes”, comentou o advogado Daniel Nogueira.
Encontro no hotel
Conforme informações da polícia, “Didi”, – que estava sendo investigado há quatro meses pelos crimes de tráfico de drogas e de pirataria, – ao ser questionado sobre a origem do dinheiro ressaltou que um homem identificado apenas como “Paulo”, suposto intermediário do candidato, ofereceu os R$ 12 mil para a compra dos votos, sendo que cada voto custaria R$ 50.
O suspeito disse aos policiais que o encontro ocorreu na semana passada no Hotel Tucunaré, em Codajás. Aos policiais, “Didi” disse ainda que iria receber a quantia de R$ 5 mil pelo serviço de compra de votos.
Questionado sobre quem era “Paulo, o suspeito salientou apenas que o homem era de Manaus, não sabendo informar o nome completo e que era apenas de cor “morena” e aparentemente forte. Uma testemunha presenciou o encontro, mas não participou da conversa, conforme declarou o suspeito em depoimento.
Prisão de ex-prefeito
Ainda ontem, os advogados da coligação entraram com representação no TRE com pedido de cassação do registro ou do diploma do candidato Wilson Lima (PDT) e seu vice, Carlos Almeida, por compra de votos, além de multa no patamar máximo decorrente da violação do artigo 41-A da Lei 9.504/97.
A representação está embasada em vasto material comprobatório de que o ex-prefeito Nhamundá, Mário José Chagas Paulain, atuou para captação ilegal de votos, no primeiro turno das eleições.
Paulain foi preso pela Polícia Civil, em flagrante, no dia 7 de outubro, dia do primeiro turno da eleição, em Nhamundá, dentro de um quarto da Pousada Tucunaré. No flagrante, foram apreendidos dinheiro; material de campanha do candidato Wilson Lima e da candidata ao Senado Vanessa Grazziotin (PCdoB), como panfletos, adesivos e camisas; aparelho de telefone celular, título de eleitor e recibos.
“É armação”
Em resposta distribuída à imprensa, horas depois, a coligação do candidato Wilson Lima, “Transformação para um Novo Amazonas”, repudiou com “veemência mais uma armação dos adversários, desta vez na tentativa de associar a sua campanha com criminosos, como o traficante preso em Codajás.”
O texto afirma ainda que “Wilson Lima nunca manteve contato com o bandido apresentado e jamais enviou qualquer “emissário” para negociar compra de votos em seu nome.”
Estranho
Sobre a representação que trata da acusação da compra de votos de Nhamundá, a coligação de Wilson diz que “soa estranho que 13 dias após o fato, a assessoria jurídica de Amazonino acione o TRE para tomar providências, exclusivamente, contra Wilson Lima, enquanto na cama onde estavam os panfletos apreendidos encontravam-se farto material eleitoral de um candidato ao Senado pelo Amazonas, de um candidato a presidência da República, de vários candidatos a deputado estadual e de Amazonino Mendes.”
A resposta conclui informando que “os advogados da coligação ingressaram com ação junto ao MPF e a PF para investigar os fatos a fim de que os verdadeiros criminosos sejam punidos. Essa foi mais uma tentativa clara e rasteira do candidato adversário Amazonino Mendes em confundir os eleitores com mentiras, calúnias e difamações.”
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