O candidato do PT a presidente, Fernando Haddad, prometeu, se eleito, fazer novos investimentos na Polícia Federal e criar um Sistema Único de Segurança Pública (Susp) sob o comando do governo federal. “Quero dobrar o contingente da Polícia Federal e quero assumir parte das responsabilidades que hoje são dos estados”.
O candidato do PT participou na manhã, desta terça-feira (23), de uma sabatina com jornalistas de “O Globo”, “Extra”, “Valor Econômico” e revista “Época” e apresentou propostas para a segurança pública, conforme publica o G1 .
Fernando Haddad respondeu a perguntas de seis jornalistas.
Durante a sabatina, repetiu acusação equivocada feita por músico que afirmou que o general Hamilton Mourão, candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), foi um torturador durante o regime militar.
A afirmação de Haddad é falsa e foi baseada em uma declaração do cantor e compositor Geraldo Azevedo, que já se desculpou pelo erro.
Haddad prometeu, se eleito, fazer investimentos na Polícia Federal e criar um Sistema Único de Segurança Pública sob o comando do governo federal.
“Minha proposta é uma proposta de fácil compreensão. Eu quero dobrar o contingente da Polícia Federal e quero, como governo central, assumir parte das responsabilidades que hoje são dos estados, para liberar as forças estaduais para proteger o cidadão. Hoje, o estado, as forças do estado, Polícia Militar e Polícia Civil estão sem foco. Nós precisamos criar o Sistema Único de Segurança Pública e passar a fazer a gestão desse sistema também centralizadamente. A União vai ter que assumir certas responsabilidades com a segurança pública”, declarou.
Sobre corrupção, Haddad disse que vai defender que o corruptor tenha a pena agravada.
“Se eu for eleito, o corruptor vai ter a pena agravada. Pela minha opinião, ele é o elo forte da corrupção. Então, o corruptor tem que ser o mais severamente punido e não pode ter os benefícios de redução de 90% da pena, e o que mentiu, então, não só deveria perder o benefício, mas deveria ter um agravante porque prejudicou o funcionamento do Judiciário”, afirmou.
‘Não me arrependo’
À tarde, Haddad teve um encontro com a congregação das igrejas evangélicas.
Após reunião com lideranças evangélicas, o petista concedeu entrevista a jornalistas em um hotel, na Zona Sul do Rio.
Ele fez críticas a Jair Bolsonaro e à decisão do candidato do PSL de não comparecer a debates no segundo turno.
Haddad afirmou que Bolsonaro é uma pessoa “frágil” e “despreparada”.
O petista declarou ainda que não se arrepende de nenhuma decisão que tomou durante os 45 dias de campanha.
Segundo ele, o projeto de governança apresentado por Bolsonaro “dá medo”.
“Até aqui não me arrependo de nada. Lutei o bom combate, bem-aventurado no primeiro turno. Eu estou há 45 dias em campanha e acho que os resultados são extraordinários”, concluiu.
Visita a arquidiocese
No fim da tarde, Haddad esteve na Arquidiocese do Rio e se encontrou com o arcebispo dom Orani Tempesta.
Durante a visita, entregou um documento com compromissos sobre cinco ponto, entre os quais a regularização fundiária das favelas.
“Particularmente no Rio de Janeiro, em homenagem ao trabalho que a pastoral vem fazendo, assumimos um compromisso adicional, um tema caro ao dom Orani, que é a regularização fundiária das favelas e traz um alento muito grande para essa população”, declarou Haddad.
Foto: Fernando Frazão/ABr