Nas eleições 2020, em pelo menos 60 cidades brasileiras os partidos buscarão alcançar 24 anos no poder. Hoje há 76 municípios governados pela mesma legenda há duas décadas. MDB e PSDB são hegemônicos na maioria delas.
Além disso, o levantamento mostra que 30 prefeitos buscam a reeleição, sendo que 25 continuam concorrendo pelo mesmo partido da eleição anterior.
Conforme estudo do G1, há uma capital nessa lista, que é Teresina, no Piauí. A prefeitura é do PSDB desde 1992.
E o atual prefeito Firmino Filho não vai buscar o quinto mandato porque a lei eleitoral não permite. Diante disso, o PSDB escalou outro nome para tentar manter a hegemonia do poder na capital piauiense.
Tal situação guarda alguma semelhança com Manaus, a capital do Amazonas, embora nesses últimos 20 anos tenha havido alternância na prefeitura. Nesta eleição o PSDB não encontrou um nome para tentar a sucessão de Arthur Virgílio Neto, impedido pela lei de concorrer ao quarto mandato.
O máximo que conseguiu foi indicar uma candidata a vice, a ex-deputada federal Conceição Sampaio na chapa com Alfredo Nascimento (PL).
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Domínio das siglas
São PSDB e MDB os partidos que dominam o maior número dessas cidades, ocupando 40 prefeituras da lista de 76.
Contudo, a situação é considerada como exceção por especialista em política porque o país experimentou em 2016, por exemplo, alta renovação nas prefeituras.
Portanto, a continuidade do prefeito no poder “está longe de ser a regra” e a previsão é que os eleitores sigam fazendo alternância do eleito.
Outro cientista avaliou que esse número de cidades pode ser além de 76. Conforme explicou, o grupo político no poder pode migrar de uma sigla para outra.
“Pode ser que o número de municípios com o mesmo grupo no poder seja ainda maior, bem maior do que esses 76 em virtude de alguém que tenha trocado de partido. É o mesmo grupo político, embora não seja o mesmo partido”.
Ademais, há o domínio de clãs familiares sobre algumas cidades. Por exemplo, Murici, em Alagoas. O atual prefeito é sobrinho do senador Renan Calheiros (MDB), que há 20 anos reveza seus afiliados na prefeitura. Nesse período passaram por lá filho e irmão do parlamentar. Sem contar que o atual governador do estado é filho de Calheiros.
Leia o estudo completo no G1 .
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado