A milícia e o tráfico avançaram no Rio de Janeiro e influenciam a campanha eleitoral em 14 cidades do estado.
É o que aponta um relatório do Disque-Denúncia, baseado em denúncias recebidas entre 27 de setembro e 13 de outubro.
Nesse período de campanha foram cadastradas 13 informações relacionadas a atuação de criminosos. Somente de milicianos, contudo, foram 24, conforme mostra reportagem da Agência Brasil.
O município de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, por exemplo, foi o que registrou o maior número de denúncias. Lá foram nove denúncias, todas reportando a atuação de milícia.
Ainda na Baixada há relatos em Queimados, Belford Roxo, Duque de Caxias e São João de Meriti.
Nesses relator há outros municípios são Angra, na Costa Verde; Itaguaí, Niterói, São Gonçalo, Maricá, na Região Metropolitana.
Estão ainda na mira dos criminosos Araruama, na Região dos Lagos; e São Fidélis, Natividade; no norte do estado.
Para o coordenador do Disque-Denúncia, Zeca Borges, o espalhamento das milícias e do tráfico tem a ver também com a crise econômica. De acordo com ele, trata-se de tentativa de aumentar a escala obter mais receita.
“É muito difícil extorquir pessoas e vender drogas. Eles estão sentindo isso”, disse Borges.
Risco à democracia
Conforme visão de Borges, “com essa eleição parece haver uma aliança tácita entre facção e uma boa parte da milícia”.
Zeca Borges disse que chamou atenção no levantamento o surgimento de candidatos do tráfico, o que era muito raro.
“Estamos vendo traficantes e seus parentes sendo candidatos nesta eleição. Isso é, de certo modo, uma novidade”, destacou.
Para Borges, candidatos milicianos já não são novidade. “Temos hoje vários milicianos e seus familiares como candidatos também. Isso coloca em risco a democracia”.
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Foto: Fernando Frazão/ABr- 25/9/2020