“Não tenho nada a ver com o PT, nem sou dirigente”, diz José Ricardo

Prefeiturável de Manaus, José Ricardo quer distância da imagem ruim do PT

30/01/2020 21:11

Pré-candidato a prefeito de Manaus nas eleições deste ano, o deputado federal José Ricardo (PT) mostrou nesta quinta-feira, dia 30, que quer manter um grau de distanciamento da imagem de seu partido.

Ele sinalizou isso ao ser provocado sobre a reputação do PT depois das investigações na operação Lava Jato contra a sigla, dirigentes e o seu principal líder, o ex-presidente da República Lula da Silva.

“Não tenho nada a ver com o PT, nem sou dirigente do partido”, disse o deputado petista à mídia do Amazonas, durante entrevista em Manaus que convocou para prestar contas de seu primeiro ano de mandato.

“Eu estou no PT, que tem lideranças Brasil a fora, figuras que têm processo, mas o partido não tem nada a ver com erros que aconteceram em outros lugares. Às vezes, eu tenho de responder por algo que não participei de nada. Não tenho envolvimento em nada”.

Em outro trecho da conversa com jornalistas, Ricardo se referiu a Lula. Disse que não tem como responder por ele, com que se encontrará no próximo dia 10 de fevereiro, em Brasília.

“Eu não tenho como responder pelo Lula, pelo fulano, beltrano. Cabe a mim só opinião, mas isso não tem nada a ver com uma campanha, pré-campanha, no caso para a prefeitura ou outro cargo”.

Ainda sobre as críticas ao partido e sua imagem hoje, o petista disse não ter nenhum problema com elas. Mas, ressalvou que ninguém pode ser acusado por algo que alguém do partido cometeu.

Para ele, o melhor é aproveitar o que há de positivo no partido e do desempenho dos governos de Lula e Dilma Rousseff (2003 a 2016).

“O partido tem acertos e tem erros. Temos que olhar as questões que tivemos no Brasil quando os presidentes eram Lula, Dilma e o PT, que tiveram doze anos de crescimento da economia brasileira”.

O vermelho, a estrela e a desconstrução

A posição manifestada hoje pelo prefeiturável do PT reitera o distanciamento de características da legenda que ele sinaliza desde o pleito de 2017, quando disputou o governo tampão do Amazonas.

Desde aquele ano, José Ricardo aboliu, ou amenizou muito, a presença em suas peças de propaganda da tradicional estrela, do vermelho e do número 13 do PT.

Cores antes inimagináveis, como o verde, ganharam espaço generoso em material de campanha. Apesar do estranhamento causado a petistas mais ligados às tradições da legenda, Ricardo dá sinais de que vai buscar manter-se cada vez mais longe de elementos que remontem, pelo menos, ao passado recente do PT.