Sim, não foi somente um ataque contra a democracia. Foi um ataque contra o conjunto de valores que unem o povo brasileiro.
Esfaquearam um quadro do Di Cavalcanti, roubaram uma obra de Portinari, destruíram objetos de referência da nossa história, depredaram prédios tombados como patrimônio da humanidade.
Sim, foi uma ataque contra a arte, a história, a democracia e os valores que nos tornam um povo, uma nação.
Foi assim que agiu o nazismo, o fascismo e todas ditaduras. Precisam destruir valores que identificam a unidade nacional e a autoestima do indivíduo. Cultura e história sempre foram os principais alvos.
Sei que essa horda bolsonarista fanática é anencéfala. Mas também sei que se trata de uma massa de manobra acessível por trinta moedas e pelo charlatanismo de falsos profetas, ladrões.
E quem está por trás dessa estrutura? Ora, os mesmos que instauraram e/ou apoiaram os regimes de excessão no mundo: aquela parte da elite endinheirada que precisa de um Estado subserviente para lhe conceder benesses.
São banqueiros, grandes industriais e empresários do agronegócio. Foram eles que sustentaram o nazismo, o fascismo, as ditaduras sangrentas na América do Sul, na África e na Europa. São eles que alimentam essa horda de gente sem cérebro e cruzam entre si para parir monstros como Hitler, Mussolini, Franco e Bolsonaro.
Esse movimento do dia 8 de janeiro foi apenas mais uma tentativa de destruição do Brasil como nação, feita pela mesma elite que já fez passeata pela família, tradição e propriedade.
Enquanto não tivermos uma sociedade civil empoderada e uma nação fortalecida pela valorização da educação, da cultura, da solidariedade, da cidadania e da democracia estaremos passíveis dos ataques de segmentos dessa elite da grana.
*O autor é sociólogo
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
