Raimundo Machado, amo e versador do boi bumbá Caprichoso nos anos de 1980, está morto. E faz dias.
A morte não foi tornada pública.
A informação chegou ao BNC por membros da família, que só ficaram sabendo da perda por terceiros.
Machado morreu há mais de uma semana.
Ele sofria de diabetes e estava cego há anos.
Até esta quinta-feira, dia 25, o boi Caprichoso não emitiu nenhuma nota sobre o personagem.
O presidente do bumbá, Jender Lobato, disse que a organização folclórica vai publicar pesar sobre a morte de Machado nesta quinta.
Cantador preparado
Machado foi amo do azul e branco até 1991, quando foi substituído por Rei Azevedo.
Sempre viveu uma vida simples.
Ele fazia versos de improviso que chamavam atenção por sua visão de mundo e de vida.
Num dos seus versos, ele mostra o domínio humano sobre o mundo e sobre a natureza.
No dia em que amanheço
Com muita disposição
Eu pego a bola do mundo
Rolo na palma da mão
Boto o facão na cintura
Lembro de Lampião
Pego uma sucuriju
E faço de cinturão
Sou filho de Maria Bonita
Esposa de Lampião .
Machado também mostrou em seus versos como via o Caprichoso brincando e quem ele era, um cantador preparado.
Caprichoso vem chegando
Vem sacudindo a madeira
Arrastando a barra no chão
Vem levantando poeira
É o touro mais afamado
Desta nação brasileira
Sou cantador preparado
Olha! Eu não brincadeira .
A última vez que Machado se apresentou publicamente foi no dia 1º de julho de 2017. Foi no programa #Toadas”, do BNC Amazonas.
Episódio antológico, ele cantou com Emerson Maia (ja falecido), Carlos Portilho (também falecido), Chico da Silva, João Batista Monteverde, amo do Garantido, contra quem disputava o item, e outros artistas convidados pela produção.
Assista ao #Toadas com a participação de Machado
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Foto: Divulgação