Amazonas tem maior alta do desmatamento em 2021, diz Imazon

De acordo com o instituto houve aumento de 49% da devastação florestal de 2020 para 2021

03/02/2022 16:39

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília

Dados divulgados pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) revelam que o Amazonas é o estado com maior crescimento da devastação florestal e o segundo que mais desmatou no ano passado.

De acordo com a organização, a destruição registrada em solo amazonense passou de 1.395 km² em 2020 para 2.071 km² em 2021, uma alta de 49%.

A área desmatada no estado, apenas em 2001, corresponde a mais de 200 mil campos de futebol.

No estado, também houve aumento do desmatamento tanto em áreas federais quanto estaduais.

A maior parte foi concentrada em áreas federais. No ano passado, houve uma devastação no estado de 1.196 km² ante os 800 km² registrados em 2000. Nas áreas estaduais, o desmatamento passou de 140 km² (2000) para 174 km² (2021).

Primeiro colocado no ranking dos que mais desmatam, o Pará registrou 4.037 km² de floresta devastada, 39% do registrado em toda a Amazônia.

Terceiro colocado no ranking de desmatamento em 2021, Mato Grosso devastou 1.504 km² no período, 38% a mais do que no ano anterior.

Isso fez com que o estado tivesse o segundo maior aumento em relação a 2020. Rondônia (1.290 km²) e Acre (889 km²) ocuparam a quarta e a quinta colocação em área desmatada, mas o Acre foi o terceiro com o maior aumento em comparação com o ano anterior: 28%.

Pior ano

O Imazon acusa que a floresta amazônica viveu em 2021 o seu pior ano em uma década. De janeiro a dezembro, foram destruídos 10.362 km² de mata nativa, o que equivale a metade de Sergipe.
Os dados são do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que monitora a região por meio de imagens de satélites.

“Apenas em relação a 2020, ano em que o desmatamento na Amazônia já havia ocupado a maior área desde 2012, com 8.096 km² de floresta destruídos, a devastação em 2021 foi 29% maior”, diz nota da organização.