Amazonas recebeu menos verbas do Fundeb por erro de cĂ¡lculo

Amazonas, Bahia, MaranhĂ£o, ParĂ¡, Pernambuco e PiauĂ­ receberam menos do que deveriam. CearĂ¡, ParaĂ­ba e Rio de Janeiro ficaram com mais recursos da bolada de R$ 766 milhões

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Publicado em: 27/03/2021 Ă s 08:00 | Atualizado em: 27/03/2021 Ă s 09:27

O Amazonas estĂ¡ entre os estados que receberam menos dinheiro do Fundeb, no inĂ­cio do ano, por erro de cĂ¡lculo do Fundo Nacional de Desenvolvimento da EducaĂ§Ă£o (FNDE). O erro foi de R$ 766 milhões.

TrĂªs estados receberam, indevidamente, mais verbas em prejuĂ­zo de outros seis.

Para o ministro da EducaĂ§Ă£o, Milton Ribeiro, o erro nĂ£o causou prejuĂ­zos aos cofres pĂºblicos.

De acordo com ele, o problema foi corrigido no mesmo dia em que foi detectado, e no repasse de abril tudo ficarĂ¡ regularizado.

O Fundeb Ă© o Fundo de ManutenĂ§Ă£o e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de ValorizaĂ§Ă£o do MagistĂ©rio.

Ele Ă© operado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da EducaĂ§Ă£o (FNDE), autarquia ligada ao MinistĂ©rio da EducaĂ§Ă£o (MEC).

Dessa maneira, o governo errou os cĂ¡lculos de distribuiĂ§Ă£o de recursos do fundo que financia a educaĂ§Ă£o bĂ¡sica.

A informaĂ§Ă£o estĂ¡ em uma nota tĂ©cnica do FNDE obtida pelo jornal Folha de S.Paulo e confirmada pelo G1. 

O valor representa 64% do R$ 1,18 bilhĂ£o que deveriam chegar Ă s redes pĂºblicas de ensino em janeiro deste ano. 

Seis estados receberam dinheiro a menos, e trĂªs a mais. A UniĂ£o precisou complementar com R$ 1,3 milhĂ£o para que os aportes fossem feitos a quem ficou em dĂ©ficit.

Nova legislaĂ§Ă£o

Em 2020, a regra em vigĂªncia expirou e o Congresso aprovou uma nova redaĂ§Ă£o, que tornou o Fundeb permanente (sem prazo de validade) e acrescentou variĂ¡veis nos cĂ¡lculos de distribuiĂ§Ă£o de recursos.

Entre elas estĂ¡ a complementaĂ§Ă£o da UniĂ£o em 10 pontos percentuais para estados e DF quando nĂ£o atingirem o valor anual por aluno (VAAF). A falha no cĂ¡lculo foi detectada nesta variante.

Perdas e ganhos 

Amazonas, Bahia, MaranhĂ£o, ParĂ¡, Pernambuco e Piauí receberam  menos do que deveriam. 

CearĂ¡, ParaĂ­ba e Rio de Janeiro, por sua vez, ficaram com mais recursos. A tabela publicada no G1 indica os valores que deveriam ser devolvidos Ă  UniĂ£o (em vermelho) e repassados aos estados (preto). 

A maior diferença estĂ¡ na ParaĂ­ba, que deveria receber R$ 10,4 milhões, e acabou com R$ 293,6 milhões, uma diferença de R$ 283,1 milhões de reais.

Erro identificado 

Ao identificar o erro, o FNDE solicitou que o Banco do Brasil, que opera as transferĂªncias bancĂ¡rias, que bloqueasse os recursos para futura devoluĂ§Ă£o. No entanto, alguns estados e municĂ­pios jĂ¡ haviam movimentado os recursos. AtĂ© fevereiro, haviam sido devolvidos R$ 30,3 milhões. 

Em uma rede social, o ministro da EducaĂ§Ă£o, Milton Ribeiro, se pronunciou sobre o caso. Segundo Ribeiro, “o FNDE adotou providĂªncias para correĂ§Ă£o da inconsistĂªncia”. Ele afirma que “nĂ£o houve nem haverĂ¡ qualquer prejuĂ­zo ao erĂ¡rio”.

A nota tĂ©cnica relata que a operaĂ§Ă£o de cĂ¡lculo para distribuiĂ§Ă£o de recursos Ă© feita por um Ăºnico servidor, o que seria insuficiente para a funĂ§Ă£o. 

O documento pede que sejam fornecidos mais servidores, para “mitigar erros”. 

“É necessĂ¡rio que um servidor com experiĂªncia na Ă¡rea financeira jĂ¡ comece a acompanhar continuamente as atividades exercidas pelo referido tĂ©cnico e, dessa forma, seja possĂ­vel mitigar possĂ­veis erros na distribuiĂ§Ă£o das prĂ³ximas complementações da UniĂ£o”, diz o documento.

Foto: AgĂªncia Brasil/RadioagĂªncia Â