Na manhã desta sexta-feira (1), a Polícia Federal cumpre mandados de busca e apreensão na cobertura de luxo do pecuarista Sidney Zamora, localizada no Residencial Maison Rio Branco, próximo ao Corpo de Bombeiros.
Zamora, por sua vez, se encontra no centro de disputas de terras no sul do Amazonas e enfrenta várias denúncias. Dessa forma, posseiros o acusam de fazer ameaças e de contratar pistoleiros para expulsá-los da região.
A Fazenda Palotina, localizada entre Lábrea e Boca do Acre, é ocupada por dezenas de famílias. Segundo elas, a área pertence à União, o que leva à contestação da posse reivindicada por Zamora.
Além disso, a legalidade da Fazenda Palotina permanece em debate. Uma recente correição no cartório de Lábrea indicou o desaparecimento de páginas do registro da fazenda, o que levanta ainda mais dúvidas sobre a propriedade.
O presidente do Incra no estado, Denis Silva, inclusive, declara que os proprietários não apresentaram documentação confiável para comprovar a posse. Embora Zamora tenha obtido decisões de reintegração de posse, essas decisões foram suspensas quando a União manifestou interesse na área, que agora está em processo de regularização fundiária.
Entenda o caso
Desde 2007, o grupo de Zamora atua ilegalmente na região, sendo acusado de falsificar documentos e contar com servidores públicos corruptos e milícias privadas para tomar terras, intimidar e expulsar moradores, incluindo comunidades tradicionais.
O esquema não apenas gera cenários de violência, mas também desmata, ascendentemente, áreas protegidas.
Em dezembro de 2023, fazendeiros armados com pistolas e rifles tentaram expulsar, a tiros, cerca de 200 extrativistas florestais que atuavam na coleta de castanha e outros produtos.
Abril de 2024, um residente do assentamento, que preferiu manter o anonimato, relatou ter sido torturado por seguranças da fazenda. De acordo com ele, os seguranças se identificaram como policiais militares do Acre e foram contratados por Sidney Zamora. O homem sofreu ferimentos de facão e precisou da ajuda de outros moradores para receber atendimento.
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