Amazônia: Lixão irregular na tríplice fronteira ameaça saúde e meio ambiente

Comunidade de Benjamin Constant enfrenta desafios ambientais e sanitários diante da poluição

Da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 10/08/2025 às 12:18 | Atualizado em: 10/08/2025 às 12:26

Um lixão a céu aberto na cidade peruana de Islândia, próximo ao rio Javarizinho, provoca contaminação das águas que abastecem comunidades brasileiras do Amazonas, como Benjamin Constant.

O depósito irregular gera uma crise ambiental na tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia, pois está muito próximo ao rio afluente do Javari e do Solimões, afetando diretamente comunidades ribeirinhas.

Pesquisadores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) confirmaram a contaminação das águas da região. Foram detectados baixo pH, níveis reduzidos de oxigênio dissolvido e presença de coliformes totais e termotolerantes, que indicam risco para a saúde humana e para o meio ambiente.

A comunidade ribeirinha do Ramal Diana, em Benjamin Constant, é uma das mais impactadas.

“Eu tomo banho nessa água, eu lavo vasilha, lavo roupa, só não faço comida, mas o resto tudo é aí”, conta a moradora como Marluce Rodrigues.

A cidade conhecida como “Veneza peruana” pela inundação frequente das suas áreas, utiliza o lixão como único local para descarte de resíduos.

Os riscos no período de seca

Durante a seca, o lixo fica exposto, incluindo resíduos hospitalares como frascos de soro, aumentando o perigo. Na cheia, a contaminação pode se espalhar ainda mais pela água.

Autoridades de Benjamin Constant pedem ações urgentes, ressaltando a necessidade de cooperação internacional para conter o problema.

O Ministério do Meio Ambiente informou que o Peru solicitou prazo para apresentar estudos e que negociações diplomáticas continuam. Há planos para captar recursos e construir um aterro sanitário regional no Alto Solimões.

Saiba mais em G1.

Foto: Reprodução/Rede Amazônica