Andressa, 39 anos, 20 no alagado em Manaus. Um choro incontido

Dona Andressa vai sair do alagado onde morava na comunidade da Sharp, zona Leste

28/03/2023 14:18

Neuton Corrêa, da Redação do BNC Amazonas , e Hudson Lima, do site Parintins Amazonas

Andressa, 39 anos, 20 no alagado em Manaus. Um choro incontido

Dona Andressa dos Santos Bastos, de 39 anos, mais da metade deles vividos na incerteza e no drama das chuvas que inundam o terreno onde ela mora.

Ela pode ter se sentido a pessoa mais forte do mundo, com essa experiência. Mas não conseguiu segurar a chuva de emoção que alagou seus olhos, na manhã desta terça-feira, dia 28 de março de 2023.

Dona Andressa vai sair do alagado onde morava na comunidade da Sharp, zona Leste de Manaus, inundada pela maior chuva do ano, que desabrigou 2.580 famílias, entre elas a sua.

O temporal do fim de semana não foi o primeiro de sua vida. Foram tantos e tantos que ela havia perdido a esperança de ouvir tantas promessas.

Hoje, contudo, dona Andressa ganhou a chave com a qual dará adeus ao sofrimento. Ela ganhou uma casa, por enquanto alugada, mas paga pelo Governo do Estado, que prometeu a ela, além de mais 266 famílias e mais 200 que serão incluídas no programa agora, atingidas pelas chuvas, moradia definitiva, quando os mais de 500 apartamentos do Prosamim+ estiverem prontos ali onde ela morava até hoje, num projeto de mais de R$ 1 bilhão.

A chuva jorrou em seus olhos, quando ela se encontrou com o governador Wilson Lima, no evento em que anunciou o reassentamento de 200 famílias que moram na sharp, nas mesmas condições em que vive dona Andressa.

É um choro de felicidade e alívio. Esperei tantos anos para conseguir a minha casinha. E agora estou tendo a oportunidade que o governador vai me dar essa casa. Perdi tudo no sábado, minha casa ficou toda alagada e perdi tudo. Meu choro não é de tristeza e sim de alegria, disse dona Andressa.

Mas para o governador Wilson Lima pode ser também um choro de revolta. Assim ele traduziu o sentimento no discurso que fez ao entregar o benefício auxílio moradia. “Muitos prometeram e nunca cumpriram” diz.

Na casa de dona Andressa moram quatro pessoas. Ela, um jovem de 20 anos, uma adolescente de 17 anos e uma criança de 11 anos.

Desempregada, portanto, sua principal receita é uma transferência de renda no valor de R$ 150 reais, que recebe todos os meses do governo do Estado, desde ano passado.